Internacional

Franceses Decidem se Extrema Direita Chegará ao Poder no Segundo Turno das Legislativas

No segundo turno das eleições legislativas, a França enfrenta a possibilidade de a extrema direita, liderada por Marine Le Pen, assumir o poder.


A França retorna às urnas neste domingo (7) para decidir se a extrema direita, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, alcançará o poder. As eleições legislativas antecipadas desafiam o partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, a obter a maioria absoluta no Parlamento, que exige um mínimo de 289 assentos.

No primeiro turno, realizado no último domingo (30), o RN liderou com 33% dos votos, seguido pela Nova Frente Popular de esquerda com 28%, e pelo bloco centrista do presidente Emmanuel Macron com 20%. As pesquisas ainda favorecem o RN, mas uma aliança entre o centro de Macron e a esquerda pode mudar o cenário.

“O desafio agora é impedir que a extrema direita alcance a maioria absoluta”, disse um analista político. O presidente Macron sugeriu uma aliança com os partidos de esquerda para formar um bloco majoritário no Parlamento, o que garantiria a nomeação de um primeiro-ministro aliado. Essa união, embora ainda não concretizada, ganhou força com o apoio de celebridades como Raí e Mbappé.

Durante a semana, mais de 200 candidatos centristas e de esquerda desistiram de suas candidaturas para aumentar as chances de vitória dos moderados e bloquear os candidatos da extrema direita. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, informou que 30 mil policiais estarão de plantão para garantir a ordem durante a votação.

Histórico e Estratégia da Extrema Direita

Fundado em 1972, o partido de extrema direita Frente Nacional, agora Reunião Nacional, permaneceu à margem da política francesa por décadas. A ascensão começou com a liderança de Marine Le Pen, que moderou o discurso do partido para atrair mais eleitores. Recentemente, o jovem Jordan Bardella, de 28 anos, assumiu a presidência do RN, trazendo um discurso mais radical e um forte apelo nas redes sociais.

“A votação do segundo turno será o momento mais importante da história da Quinta República da França”, declarou Bardella após o primeiro turno. O RN conquistou 88 dos 577 assentos na última composição do Parlamento, necessitando de pelo menos 289 para a maioria absoluta.

Consequências da Coabitação

Caso a extrema direita consiga a maioria, Macron terá de nomear Bardella como primeiro-ministro, sob pena de enfrentar uma moção de censura. A França pode entrar em um governo de coabitação, onde o presidente e o primeiro-ministro pertencem a partidos opostos, algo que aconteceu apenas três vezes na história francesa. Nesse cenário, o premiê controla a política doméstica e a nomeação de ministros, enquanto o presidente se concentra na política externa.

Macron, que dissolveu o Parlamento em junho e convocou eleições antecipadas, enfrenta agora o desafio de evitar a ascensão da extrema direita. As eleições legislativas, realizadas em dois turnos, serão decisivas para o futuro político da França.


Texto adaptado de informações de G1

Compartilhar: