Campinas terá centro de pesquisa e formação em Computação Quântica

Instituto Venturus inaugura novo centro de excelência no interior de São Paulo

O Instituto Venturus inaugura na próxima semana, em Campinas, seu Centro de Excelência em Computação Quântica (CDE) — tecnologia capaz de mudar o jogo na velocidade do processamento de dados, mas que ainda engatinha no país, onde não há nenhum computador quântico em operação.

O investimento é de R$ 6 milhões até o final do ano e inclui ainda centros de excelência dedicados as tecnologias de Blockchain e Inteligência Artificial. O objetivo, segundo Marcelo Abreu, CTO do Venturus, é fomentar a colaboração de empresas, universidades e startups para a criação de ecossistemas de referência nas três tecnologias, promovendo tanto a formação de mão de obra qualificada quanto a pesquisa aplicada.

Os novos centros serão equipados com quatro servidores GPUs modelo H100 da NVIDIA — os primeiros da América Latina.

A computação quântica alia ciência da computação, física quântica e matemática para fazer cálculos de forma muito mais rápida do que em computadores tradicionais, que usam a linguagem binária. Existem no Brasil 8 super computadores que estão entre os 500 maiores computadores de alto desempenho no mundo, mas a expectativa é de que levará ainda uns dez anos para que haja computadores com processadores quânticos — muito mais rápidos — operacionais no país.

Um dos grandes entraves, é justamente é o déficit na formação de mão de obra qualificada.

— Sofremos a falta de incentivo dos brasileiros em geral às ciências exatas, ou STEM — sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Para adentrar na Computação Quântica, é preciso uma boa dose de conhecimentos matemáticos e de física quântica, além de lógica de programação. O Brasil ainda precisa melhorar muito nessas áreas, da educação básica à formação de professores — diz Abreu.

O Venturus foi fundado há 25 anos pela Ericsson como Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento em Informática e Automação (Informat), mas poucos anos depois ganhou vida própria. Ainda atuando sem fins lucrativos, hoje o instituto é financiado por editais e também remunerado pela execução de projetos de desenvolvimento de pesquisa em parceria com mais de 50 empresas, inclusive do exterior. Sediado em Campinas (interior de São Paulo), desenvolve projetos nas áreas de Meios de Pagamento, Indústria 4.0, Agronegócio, Energia, Saúde, entre outros.

Na inauguração do novo centro, no próximo dia 11, o Venturus vai lançar ainda o Radar de Computação Quântica, que fará o monitoramento do avanço da tecnologia no país, e alguns projetos de pesquisa na área.

Fonte: artigo pulicado originalmente em O Globo

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