Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra Cármen Lúcia tomou posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira (3), em Brasília. Em seu discurso, ela condenou o “algoritmo do ódio” e a disseminação do medo, elementos que têm sido explorados pela extrema-direita nas eleições.
Crítica ao Mau Uso das Plataformas
Durante a cerimônia, Cármen Lúcia destacou o desafio de combater a desinformação eleitoral, especialmente com o uso crescente de ferramentas de Inteligência Artificial (IA). Ela frisou a necessidade de um exercício “responsável” das liberdades para fortalecer a democracia e o Estado de Direito, constantemente ameaçados pela desinformação.
“O que distingue esse momento da história de todos os outros é o ódio e a violência agora usados como instrumentos por antidemocratas para garrotear a liberdade, contaminar escolhas e aproveitar-se do medo como vírus e adoecer pela desconfiança cidadãs e cidadãos”, afirmou.
Denúncia do “Cativeiro Digital”
Cármen Lúcia alertou para o “cativeiro digital” imposto pelas fake news, que, segundo ela, “adoecem a humanidade” ao plantar o medo e colher a ditadura, seja individual ou política. Ela criticou os poderosos ecossistemas das plataformas digitais que enriquecem seus proprietários enquanto dificultam as ações responsáveis das pessoas.
“Se não rompermos o cativeiro digital, chegará o dia em que as próprias mentiras nos matarão”, disse. A ministra destacou a importância de usar tecnologias para o bem das pessoas, evitando o mau uso e o abuso que fomentam ódio e diferenças.
Presença de Autoridades
A posse de Cármen Lúcia contou com a presença de importantes figuras dos três Poderes: o presidente Lula, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, o presidente da Câmara Arthur Lira, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, entre outros ministros do governo e autoridades.
Regulamentação da IA e Responsabilidade das Big Techs
A nova presidente do TSE destacou a aprovação inédita da regulamentação do uso de IA sob sua relatoria, aumentando a responsabilidade das grandes empresas de tecnologia. “Estamos todos mais vulneráveis hoje do que em outros momentos da história, mas dispomos de muito mais meios de ação”, declarou. Ela concluiu com um firme compromisso: “O medo não tem assento em casa de Justiça”.
Texto adaptado de Global Times.