O Mercado Livre investe em robôs para acelerar a separação de até 100 mil pedidos diários, enquanto projeta a contratação de 11 mil novos funcionários até o final de 2024.
Com um investimento significativo de R$ 23 bilhões, o Mercado Livre está focado em melhorar suas operações de logística, fintech e publicidade, além de aumentar a produtividade. A empresa adotou o uso de robôs em seu centro de distribuição SP04, em Cajamar, que lida com cerca de 500 mil pedidos diários.
Fernando Yunes, presidente da operação brasileira, revelou que a empresa já possui 100 robôs em operação e planeja aumentar esse número para 334 até o final do ano. Esses robôs, produzidos pela chinesa Quicktron, são capazes de mover até 600 quilos de mercadorias e têm uma autonomia de bateria de oito horas. Eles reduziram o tempo de separação de pedidos em 20%, acelerando as entregas aos consumidores.
Os robôs agilizam o processo, que antes era manual, movendo prateleiras até os funcionários para serem abastecidas com os produtos. Em seguida, essas prateleiras são encaminhadas para a embalagem e transporte. “O consumidor ganha uma entrega mais rápida, e os funcionários, estimamos, terão uma redução de 70% nos passos dados para percorrer distâncias no centro de distribuição durante um dia de trabalho”, explicou Yunes.
Em Cajamar, os robôs serão responsáveis por até 22% da separação de pedidos, processando cerca de 100 mil compras por dia. A empresa planeja expandir essa tecnologia para outros centros de distribuição e países no próximo ano, aumentando a produtividade e otimizando o uso do espaço de armazenamento.
Apesar da automação reduzir a necessidade de mão de obra na separação de pedidos, o Mercado Livre continuará contratando. A empresa prevê 11 mil novas contratações até o final de 2024, aumentando o quadro de funcionários de 22 mil para 33 mil. Isso é necessário para acompanhar a expansão dos centros de distribuição e o aumento no volume de pedidos.
Além disso, Yunes anunciou a abertura de dois novos centros de distribuição em Porto Alegre (RS) e Brasília, como parte do aumento do investimento no Brasil. O investimento previsto para 2024 deve superar os R$ 23 bilhões anunciados, embora Yunes não tenha especificado o valor exato.
O Mercado Livre lidera o acesso a sites de comércio eletrônico no Brasil, seguido pela Shopee e Amazon. OLX e Magazine Luiza são as outras empresas brasileiras no top cinco de acessos.
Sobre a concorrência com novas plataformas, o CEO do Mercado Livre, Marcos Galperín, afirmou que a empresa está acostumada ao ambiente competitivo e acredita que os próximos dez anos serão de crescimento para o comércio eletrônico e para os investimentos do Mercado Livre.
Em relação à taxação de compras internacionais de até US$ 50, Galperín mencionou que a operação da empresa no Brasil se adaptará às condições tributárias. Ele acredita que a taxação beneficiará os vendedores nacionais, priorizando-os na plataforma. Yunes acrescentou que a empresa apoia a isonomia tributária entre produtos importados e os vendidos por varejistas nacionais.
Caso a isonomia não seja estabelecida, o Mercado Livre considera aumentar sua própria operação de importação. Contudo, Yunes reforça que o impacto da taxação nas compras internacionais de baixo valor seria pequeno, já que atualmente representam uma parcela reduzida das transações na plataforma.