O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, é acusado de participar de reuniões para planejar um golpe de Estado com Jair Bolsonaro. A investigação da Polícia Federal aponta o envolvimento de 37 pessoas no caso, incluindo o religioso, que nega as acusações.
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, conhecido como “padre influencer” por seus 425 mil seguidores no Instagram, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento em um plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso inclui 37 indiciados e investiga reuniões nas quais medidas como estado de sítio, novas eleições e prisões de autoridades teriam sido discutidas.
Relação com Bolsonaro
José Eduardo esteve próximo de Jair Bolsonaro desde 2018, quando prestou apoio espiritual ao ex-presidente após o ataque com faca durante a campanha eleitoral. Recentemente, o religioso foi apontado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, como participante de encontros relacionados ao planejamento golpista.
Nas eleições de 2022, o padre causou polêmica ao exibir uma bandeira do Brasil no altar de sua paróquia. Em depoimento, ele negou ter discutido assuntos políticos com Bolsonaro e afirmou que sua relação com o ex-presidente se limitava a questões espirituais.
Acusações e medidas restritivas
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), José Eduardo fazia parte do “núcleo jurídico” do grupo golpista e participou de uma reunião em 19 de novembro de 2022 para debater os planos. Apesar das negações do pároco, as investigações seguem.
O padre está proibido de sair do país ou de se comunicar com outros investigados. Em suas redes sociais, ele se defendeu e pediu orações: “Rezem por mim”. Além disso, foi intimado a prestar novo depoimento no inquérito que apura os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes bolsonaristas invadiram a sede dos Três Poderes.
Influência digital e ensino religioso
Além de suas atividades na igreja, o padre José Eduardo oferece cursos online sobre temas como matrimônio e batalhas espirituais. Sua presença nas redes sociais reforça sua imagem de líder religioso influente, mas agora ele enfrenta uma crise de credibilidade diante das acusações.
As investigações continuam, e o caso expõe mais uma camada das articulações políticas que marcaram o período eleitoral de 2022 e seus desdobramentos.