O governo Lula (PT) está implementando uma estratégia para conquistar o apoio de evangélicos e trabalhadores de aplicativos, buscando frear ou conter o avanço do eleitorado bolsonarista. A decisão foi consolidada após a manifestação pró-Bolsonaro ocorrida no último domingo (25), na Avenida Paulista, revelam aliados do presidente.
O próprio Lula reconheceu a magnitude do ato e, segundo aliados, isso reforçou a necessidade de medidas direcionadas a esse público. A estratégia discutida inclui ações que começarão a ganhar forma a partir de março.
Na segunda-feira (4), será anunciado um projeto para a instituição de remuneração por hora trabalhada aos motoristas de aplicativos, resultado de um acordo com as plataformas. A proposta também contempla contribuição previdenciária para esses profissionais.
Ainda este mês, espera-se a aprovação da PEC que garante imunidade tributária a igrejas e templos religiosos. A promulgação está prevista para a Semana Santa. Essa medida é vista pela bancada evangélica como uma oportunidade para o governo estreitar laços com esse segmento.
A PEC implicará em uma renúncia fiscal de cerca de R$ 1 bilhão por ano, segundo parlamentares. Além da imunidade tributária, os benefícios se estenderão a materiais de construção e compra de automóveis para os templos.
Contudo, a PEC não resolve a questão da contribuição previdenciária das igrejas. O governo espera concluir em março um parecer jurídico que ampliará os benefícios fiscais, isentando as denominações religiosas da contribuição previdenciária.
Para alguns membros do governo, a PEC 5 é uma oportunidade de fortalecer a relação com as igrejas, reconhecendo a importância de uma “Igreja forte” para um “Estado mais robusto”, conforme afirmou o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), autor da proposta.
Em resposta à manifestação pró-Bolsonaro, emissários do governo federal alertaram parlamentares que assinaram o pedido de impeachment contra Lula por suas declarações sobre as mortes na Faixa de Gaza, comparando-as ao Holocausto, sobre possíveis consequências do Executivo.
Em meio a esses movimentos, Lula evitou críticas mais intensas às Forças Armadas durante entrevista à RedeTV!. Ele destacou que prefere olhar para frente e não remoer o passado do golpe de 1964, reconhecendo que os militares têm sido punidos atualmente por envolvimento em tramas golpistas de 2022 e nos ataques de janeiro de 2023.
Fonte: Referência: Folhapress