Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que a poeira decorrente do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho afetou a saúde das crianças na região. O trabalho, parte do Projeto Bruminha, revelou um aumento significativo de problemas respiratórios entre as crianças com até 6 anos nas comunidades impactadas ao longo de um período de quatro anos.
Comparativamente a uma localidade não afetada, as áreas atingidas pela tragédia apresentaram um aumento de 75% nos relatos de alergia respiratória. Além disso, as crianças expostas à poeira proveniente do rompimento da barragem apresentaram três vezes mais chance de desenvolver alergias respiratórias do que as demais.
O estudo destacou que crianças com idade acima de 4 anos foram as mais afetadas, possivelmente devido ao maior acesso a ambientes externos, aumentando sua exposição à poeira. Problemas como rinite, sinusite, otite, pneumonia, asma, bronquite e alergias foram relatados com frequência nesse grupo.
A tragédia ocorrida em Brumadinho em janeiro de 2019 resultou na perda de 272 vidas e causou impactos significativos na saúde e no meio ambiente da região. Em fevereiro de 2021, um acordo de reparação foi firmado entre a Vale e diversos órgãos, visando compensar os danos causados.
Segundo os pesquisadores, os resultados do Projeto Bruminha fornecem subsídios importantes para a definição de ações de assistência no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A Vale, por sua vez, afirmou que está monitorando os níveis de material particulado nas comunidades afetadas e que os resultados indicam níveis adequados à saúde da população até o momento.
Fonte: Agência Brasil