Estudo revela que ferramenta de IA identificou mais de 160 mil novas espécies de vírus de RNA e 180 supergrupos, acelerando a pesquisa viral.
Um estudo publicado na última quarta-feira revelou que uma ferramenta de inteligência artificial (IA) foi fundamental para a descoberta de mais de 160 mil novas espécies de vírus de RNA e 180 supergrupos de vírus. A pesquisa, conduzida por uma equipe internacional e publicada na revista Cell, representa a maior descoberta de espécies virais já registrada.
O artigo destaca que as ferramentas metagenômicas atuais podem não ser eficazes na identificação de vírus de RNA altamente divergentes. Para superar essa limitação, os pesquisadores desenvolveram um algoritmo de aprendizado profundo, chamado LucaProt, que foi capaz de identificar sequências altamente divergentes de RNA polimerase dependente de RNA (RdRP) em 10.487 metatranscriptomas obtidos de diversos ecossistemas ao redor do mundo.
Com o uso desta abordagem inovadora, a equipe conseguiu identificar 161.979 espécies potenciais de vírus de RNA e 180 supergrupos, incluindo muitos grupos que até então eram pouco estudados. Além disso, foram encontrados genomas de vírus de RNA com até 47.250 nucleotídeos e informações genômicas complexas.
O uso da inteligência artificial trouxe um avanço significativo na descoberta de vírus, evidenciando a vasta diversidade da “virosfera” e acelerando o processo em comparação com os métodos tradicionais. O professor Mang Shi, da Universidade Sun Yat-sen e líder institucional do estudo, afirmou que o uso de algoritmos permite encontrar mais vírus anteriormente negligenciados ou desconhecidos, o que é crucial para a prevenção de doenças e a rápida identificação de novos patógenos.
“Especialmente em surtos, a velocidade e a precisão da IA podem ajudar os cientistas a identificar potenciais patógenos de forma mais rápida”, acrescentou Shi.
Os pesquisadores enfatizam que a diversidade de vírus excede em muito a imaginação humana e que este estudo apenas arranha a superfície. Shi também sugeriu que, no futuro, pode haver uma reestruturação significativa do sistema de classificação dos vírus.
Artigo traduzido de Ecns.cn com auxílio de inteligência artificial, adaptado e revisado pela nossa redação
