O Comitê Olímpico Internacional (COI) utilizará ferramentas de inteligência artificial para monitorar e eliminar abusos nas redes sociais direcionados a atletas e oficiais durante as Olimpíadas de Paris em 2024. A medida visa proteger 15.000 participantes contra cyberbullying e outras formas de abuso online.
LAUSANNE, Suíça, 14 de junho (Reuters) – O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que irá utilizar inteligência artificial (IA) para bloquear abusos nas redes sociais direcionados a 15.000 atletas e oficiais durante as Olimpíadas de Paris no próximo mês, informou o presidente Thomas Bach nesta sexta-feira.
Os Jogos Olímpicos serão realizados em meio a conflitos em curso na Ucrânia, após a invasão russa em 2022, e entre Hamas e Israel em Gaza – eventos que já resultaram em casos de abusos nas redes sociais.
Os Jogos começam em 26 de julho, com mais de 10.500 atletas competindo em 32 esportes, e devem gerar mais de meio bilhão de interações nas redes sociais durante os 16 dias de evento, de acordo com o COI.
“O COI usará IA em Paris em diferentes áreas”, disse Bach em uma coletiva de imprensa. “Uma delas é a proteção, pois esperamos meio bilhão de posts nas redes sociais durante esses Jogos. Se alguém precisasse de apenas um segundo para ler cada post, levaria 16 anos para passar por todos”, explicou.
“O COI fornecerá uma ferramenta de proteção proativa de IA para proteger os atletas contra abusos cibernéticos. Esta ferramenta de IA oferece monitoramento extensivo, cobrindo 15.000 atletas e oficiais. Isso apaga automaticamente posts abusivos para proteger os atletas.”
Os atletas russos e bielorrussos não competirão sob suas bandeiras, mas foram autorizados a participar apenas como atletas neutros, o que provocou a ira de Moscou.
As medidas cobrirão todos os tipos de abuso, não apenas ataques políticos. O COI não forneceu detalhes sobre o tipo de acesso às contas que será exigido dos atletas.
Bach também disse que os desenvolvimentos políticos na França e as eleições parlamentares antecipadas, a poucas semanas dos Jogos Olímpicos, não prejudicarão nem as preparações nem o próprio evento. “Não, não estamos preocupados”, afirmou Bach. “Seja o governo ou a oposição, todos expressam não apenas o desejo, mas a determinação de que a França se apresente da melhor forma possível na ocasião dos Jogos Olímpicos.”
O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou no domingo uma eleição parlamentar antecipada para o final do mês, após o partido anti-imigração e eurocético Rally Nacional ter saído vitorioso nas eleições para o Parlamento Europeu.
Texto adaptado de Reuters.