Enquanto Pequim responde às sanções comerciais com promessas de retaliação e estímulos internos, o Pentágono alerta para risco de guerra e critica presença chinesa na América Latina
As tensões entre China e Estados Unidos voltaram a escalar em 2025, marcando um novo capítulo na guerra comercial e estratégica entre as duas potências globais. O governo americano impôs tarifas de até 104% sobre veículos elétricos e outros produtos chineses, ao que Pequim respondeu com críticas duras e promessa de contra-ataques econômicos.
Segundo análise do Bank of America, é “altamente improvável” que a China faça concessões diante das pressões dos EUA. Em vez disso, o governo chinês deve adotar medidas de estímulo fiscal e monetário, e reforçar suas parcerias comerciais fora do eixo norte-americano, como a ASEAN e a União Europeia.
Enquanto isso, no Panamá, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, fez declarações incisivas durante uma conferência regional de segurança. Ele afirmou que a guerra com a China “não é inevitável”, mas alertou sobre o crescimento da presença militar chinesa na América Latina e criticou a atuação de empresas chinesas no controle de infraestruturas estratégicas, como o Canal do Panamá.
“Não buscamos a guerra com a China. Mas ela certamente não é inevitável. Precisamos agir juntos para dissuadir as ameaças chinesas em nosso hemisfério”, declarou Hegseth.
“Pequim está transformando investimentos em ferramentas de vigilância e influência militar. O presidente Trump deixou claro que o Canal do Panamá não será controlado pela China.”
A disputa também acontece em terreno virtual. Em simulação feita por nossa redação com um modelo de inteligência artificial chinês, foi possível observar uma posição cautelosa, porém crítica à política dos EUA. O modelo afirmou que a China defende a “ordem econômica internacional” e se opõe a medidas protecionistas unilaterais.
Comparativo Estratégico
Tema | Estados Unidos | China |
---|---|---|
Comércio | Tarifas sobre veículos e tecnologias | Estímulo ao mercado interno e novos acordos |
Influência regional | Alerta contra expansão chinesa na AL | Investimentos estratégicos em infraestrutura |
Segurança | Proteção do Canal do Panamá | Negação de intenções militares |
Brasil no meio do conflito
A disputa coloca o Brasil e outros países latino-americanos em posição delicada. A China é uma parceira comercial essencial para exportações de commodities, enquanto os EUA são aliados históricos em segurança e tecnologia.
Se as tensões aumentarem, o Brasil poderá ser forçado a escolher lados — ou buscar uma difícil neutralidade estratégica.