China chama isenção de eletrônicos de “pequeno passo” e pede que Trump elimine tarifas de 145% sobre seus produtos, enquanto retalia com taxas equivalentes.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou novo capítulo. Após o presidente americano, Donald Trump, isentar celulares, computadores e outros eletrônicos das tarifas recíprocas, o governo chinês classificou a medida como um “pequeno passo” e exigiu a retirada total das taxas impostas. A troca de farpas reflete a tensão crescente entre as duas maiores economias do mundo, com impactos que vão além das fronteiras.
Um apelo por “respeito mútuo”
O Ministério do Comércio da China instou os EUA a “corrigirem seus erros” e eliminarem as tarifas de 145% sobre produtos chineses, que combinam uma taxa de 125% recente com um imposto anterior de 20%. Em comunicado, Pequim defendeu o “retorno ao caminho do respeito mútuo” e disse estar avaliando o impacto da isenção anunciada por Trump na sexta-feira (11 de abril de 2025). A retórica sinaliza que a China não pretende recuar na disputa.
Isenção beneficia gigantes da tecnologia
A decisão de Trump, publicada pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, exclui 20 categorias de eletrônicos, como chips e monitores, das tarifas aplicadas à China e de uma taxa de 10% sobre outros países. Empresas americanas como Apple, Nvidia e Dell, que dependem de cadeias de produção asiáticas, saem aliviadas. Sem a isenção, o preço de um iPhone 16 Pro, por exemplo, poderia saltar de US$ 549 para mais de US$ 1.300, forçando companhias a escolher entre lucros menores ou repassar custos aos consumidores.
Retaliação chinesa não tarda
Em resposta às tarifas americanas, a China impôs uma taxa de 125% sobre produtos dos EUA, efetiva a partir de 12 de abril. A medida é uma retaliação direta às políticas de Trump, que intensificou a ofensiva comercial com taxas que começaram em 54% no início de abril e escalaram para 145%. Diferente de outros países, que negociaram após a imposição de tarifas de 10%, Pequim optou por confrontar Washington, elevando o risco de uma escalada econômica.
Estratégias para contornar custos
A Apple, uma das mais afetadas, agiu rápido para evitar prejuízos. Segundo a imprensa indiana, a empresa enviou cinco aviões com produtos fabricados na Índia para os EUA e outros mercados no fim de março, antes das tarifas entrarem em vigor. A manobra visou garantir estoques sem os custos extras, mostrando como companhias buscam alternativas em meio ao embate comercial.
Um jogo de incertezas
Embora a isenção de eletrônicos traga alívio temporário, analistas alertam que a trégua pode ser curta. Trump já indicou que novas tarifas específicas, como para semicondutores, estão em estudo, e a China promete manter sua postura firme. Para o trabalhador comum, que sente os preços subirem, o vaivém das taxas levanta dúvidas: quem realmente paga o preço dessa guerra comercial?
Por redação do Movimento PB com informações de Poder 360