Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, promete recuperar a influência na América Latina, chamando-a de “quintal” dos EUA e criticando a China, especialmente no Canal do Panamá. A fala gera tensões regionais.
A América Latina voltou ao centro das atenções geopolíticas dos Estados Unidos. Em declarações recentes, o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que a região é o “quintal” dos EUA e prometeu conter a influência chinesa, com foco especial no Canal do Panamá. As falas, feitas em entrevistas e durante uma visita ao Panamá, provocaram reações de líderes latino-americanos e da própria China.
Foco no Canal do Panamá
Hegseth destacou a importância estratégica do Canal do Panamá, por onde passam 40% dos contêineres dos EUA e 5% do comércio global. Ele propôs reativar bases militares no país, com tropas rotativas, e isentar navios de guerra americanos das tarifas do canal, que considera “excessivas”. Durante encontro com o presidente panamenho, José Raúl Mulino, foram assinados acordos de cooperação em segurança, incluindo medidas para compensar custos operacionais do canal.
Críticas à China
O Secretário acusou a China de expandir sua presença na América Latina com projetos de infraestrutura de baixa qualidade e dívidas que comprometem governos locais. Segundo ele, empresas chinesas em portos e outras áreas estratégicas representam riscos de espionagem. O Panamá, sob pressão dos EUA, anunciou sua saída de um programa de investimentos chinês, intensificando o embate entre as potências.
Reações na região
A retórica de Hegseth gerou resistência. O presidente da Bolívia, Luis Arce, rejeitou a ideia de a América Latina ser um “quintal” dos EUA, defendendo a soberania regional. A China, por sua vez, questionou quem seria a “verdadeira ameaça” ao Canal do Panamá, criticando as intenções americanas. Analistas apontam que a estratégia dos EUA pode tensionar relações diplomáticas e econômicas na região.
Riscos e perspectivas
A abordagem americana busca fortalecer sua presença na América Latina, mas levanta preocupações sobre a autonomia dos países da região. A reativação de bases e a pressão sobre nações aliadas podem gerar atritos, enquanto a China promete manter seus investimentos. O futuro das relações na região dependerá de como os líderes locais responderem a essa disputa de influência.
Por redação do Movimento PB com informações de fontes públicas.