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Investigação sobre aliciamento eleitoral envolve primeira-dama e vereadora de João Pessoa

Operação da Polícia Federal prende Lauremília Lucena e Raíssa Lacerda em investigação de aliciamento eleitoral e vínculos com facções criminosas.


A Polícia Federal prendeu, no último sábado (28), Lauremília Lucena, esposa do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), como parte da operação “Território Livre”, que investiga o aliciamento de eleitores por meio de métodos violentos. Lauremília é suspeita de facilitar a nomeação de servidores ligados a facções criminosas em troca de apoio político e controle territorial durante o processo eleitoral. Ela segue presa no Presídio Júlia Maranhão.

Entre os envolvidos também está a vereadora Raíssa Lacerda (PSB), que foi presa em 19 de setembro. Raíssa, até então candidata à reeleição, é suspeita de liderar o esquema de aliciamento eleitoral. Com sua prisão, ela renunciou à candidatura para as eleições de 2024. A operação apontou que Raíssa coagia moradores a votar nela utilizando a influência de facções criminosas em áreas específicas de João Pessoa.

As investigações mostram que Lauremília Lucena e sua secretária pessoal, Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, também presa, tinham papel central na nomeação de pessoas indicadas por facções criminosas, como forma de garantir controle eleitoral em determinadas regiões da cidade. Facções lideradas por indivíduos como Keny Rogeus, conhecido como “Poeta”, e David Sena, o “Cabeça”, teriam articulado diretamente com essas nomeações para garantir apoio durante as eleições.

Outras pessoas presas na operação incluem Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, esposa de Keny Rogeus, que teria pressionado moradores do bairro São José para que votassem em candidatos específicos, e Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, acusada de articular com líderes de facções no bairro Alto do Mateus para angariar votos para Raíssa Lacerda. Taciana Batista do Nascimento, outra investigada, foi apontada como colaboradora no esquema de controle eleitoral no bairro São José, também ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida.

A operação “Território Livre” foi deflagrada em três fases. A primeira, realizada no início de setembro, cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Raíssa Lacerda, onde foram encontrados um celular e dinheiro em espécie. Na segunda fase, a polícia apreendeu documentos em várias localidades de João Pessoa, incluindo o centro comunitário Ateliê da Vida. A terceira fase resultou nas prisões preventivas de Lauremília Lucena e outras figuras envolvidas no esquema.

A defesa de Lauremília Lucena afirmou que a prisão preventiva foi recebida com surpresa e que todas as medidas cabíveis serão tomadas para reverter a situação. A defesa de Raíssa Lacerda também contestou as acusações, reiterando sua inocência. As demais defesas dos envolvidos negam qualquer conduta ilícita e afirmam que colaborarão com as investigações.

Texto adaptado de g1 Paraíba.

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