Movimento PB – No primeiro relatório divulgado pelo Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, foi confirmado que não foram detectados vestígios de balas ou itens similares nos destroços do helicóptero que resultou na morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, e sua comitiva. Segundo o relatório, divulgado na quinta-feira, não há suspeitas em relação ao acidente ocorrido em 19 de maio.
De acordo com a agência semioficial Tasnim News, um comitê de investigação composto por especialistas, técnicos e peritos chegou ao local do acidente na manhã seguinte. O relatório afirma que o helicóptero permaneceu em sua rota predeterminada, sem desvio.
Quase 1,5 minuto antes do incidente, o piloto do helicóptero acidentado havia entrado em contato com os outros dois helicópteros da comitiva presidencial. O helicóptero pegou fogo após colidir com a montanha, informou o relatório.
As complicações da região, como nevoeiro e baixa temperatura, dificultaram as operações de busca e resgate até o anoitecer, continuando ao longo da noite. “Às 5h da segunda-feira, com a ajuda de drones, a localização exata do incidente foi identificada”, dizia o relatório.
Gholamhossein Esmaili, chefe de gabinete presidencial, disse à mídia local que estavam tentando evitar as nuvens antes da tragédia. Ele estava a bordo de um dos três helicópteros da comitiva de Raisi, retornando da inauguração da Barragem Qiz Qalasi, um projeto conjunto entre Irã e Azerbaijão.
Décadas de sanções dos EUA dificultaram a obtenção de peças mecânicas ou a atualização das aeronaves iranianas. Mohammad Javad Zarif, ex-ministro das Relações Exteriores do Irã, afirmou à TV estatal que as sanções americanas sobre a aviação iraniana foram um dos principais fatores por trás do acidente.
Raisi foi sepultado na quinta-feira no santuário sagrado de Imam Reza, em sua cidade natal, Mashhad. Segundo a agência oficial de notícias IRNA, pelo menos 3 milhões de pessoas de Mashhad e outras cidades participaram do cortejo fúnebre.
“Raisi era uma figura chave nos cenários regional e internacional”, disse o presidente sírio Bashar al-Assad ao presidente interino do Irã, Mohammad Mokhber, em uma conversa telefônica na quinta-feira. “Raisi se opôs à tirania e sempre apoiou a causa palestina, que permanece como seu legado.”
Também estavam a bordo do helicóptero o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, e Mohammad Ali Ale-Hashem, representante do Líder Supremo para a região do Azerbaijão Oriental. Amir-Abdollahian foi sepultado na quinta-feira, em uma cerimônia ao sul da capital Teerã.
Mensagens de condolências chegaram de todo o mundo. A Assembleia Geral das Nações Unidas realizou um minuto de silêncio durante uma sessão plenária em homenagem a Raisi, liderada pelo presidente da 78ª sessão da UNGA, Dennis Francis, que também expressou suas condolências ao governo e ao povo iraniano. O Conselho de Segurança da ONU observou um minuto de silêncio e a bandeira da ONU foi hasteada a meio mastro na terça-feira em sinal de respeito.
