Internacional

Israel avança em território sírio após queda de Assad, gerando tensão internacional

Enquanto a Síria celebra a derrubada de seu ditador de longa data, o país enfrenta uma nova incursão terrestre e uma série de ataques aéreos realizados por Israel, provocando condenações internacionais nesta terça-feira (10).

Explosões e avanços terrestres
Explosões abalaram Damasco durante a noite, com fumaça saindo de um centro de pesquisa ao norte da capital, enquanto navios destruídos permaneciam no porto de Latakia, na costa ocidental. Ao mesmo tempo, forças terrestres israelenses avançaram para o território sírio.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que ordenou às Forças de Defesa de Israel (IDF) que assumissem o controle da zona desmilitarizada, patrulhada pela ONU e estabelecida sob um acordo de cessar-fogo de 1974, além de posições estratégicas próximas. Netanyahu classificou a medida como “limitada e temporária”, justificando-a como uma resposta de segurança para evitar que armas químicas e foguetes do arsenal sírio caíssem nas mãos de extremistas.

No entanto, a ação alarmou a comunidade internacional em um momento de transição delicada para a Síria após 53 anos de governo da família Assad.

Reações e condenações internacionais
Nações árabes condenaram o avanço israelense, acusando o país de explorar o caos na Síria e violar leis internacionais.

  • O Catar afirmou que as ações de Israel “levarão a região a mais violência e tensões.”
  • A Arábia Saudita pediu respeito à integridade territorial da Síria.
  • O Irã denunciou a medida como uma violação à Carta das Nações Unidas e exigiu ação imediata do Conselho de Segurança da ONU.
  • A Turquia, membro da OTAN, descreveu a movimentação como mais uma demonstração da “mentalidade ocupante” de Israel.
Leia Também!  American Travis Timmerman é libertado da prisão síria e entregue às autoridades dos EUA

Desafios e riscos


O avanço israelense, somado a mais de 300 ataques aéreos recentes contra instalações militares e bases navais sírias, representa um risco significativo, alertam analistas. Michael A. Horowitz, especialista em segurança, destacou que um avanço permanente pode alimentar instabilidades e fortalecer elementos radicais que utilizariam discursos religiosos para justificar ataques contra Israel.

Enquanto isso, outros países também têm interesses estratégicos na Síria. A Turquia apoia grupos rebeldes, a Rússia mantém tropas no país e os Estados Unidos intensificaram suas ações militares contra o ISIS após a queda de Assad.

A zona desmilitarizada de 155 milhas quadradas entre a Síria e as Colinas de Golã ocupadas por Israel, criada após a guerra árabe-israelense de 1973, torna-se novamente um ponto de tensão, com Israel alegando que o acordo que estabeleceu a zona “colapsou” após a retirada das forças sírias.

Cenário de destruição


Centros de pesquisa, arsenais e uma base naval foram atingidos pelos ataques israelenses. Em Barzeh, nos arredores de Damasco, testemunhas relataram explosões em uma instalação do Centro de Estudos Científicos da Síria. Imagens mostram o local completamente destruído.

A situação na Síria ilustra um momento crítico de instabilidade regional, com os desdobramentos desse conflito potencialmente redefinindo os alinhamentos políticos e de segurança no Oriente Médio.


Texto traduzido e adaptado de NBC News e revisado pela nossa redação.

Compartilhar: