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Juiz Defende Rastreamento de Recursos para Identificar Patrocinadores de Fake News

O juiz Diogo Rais, do TRE-SP, defende o rastreamento de recursos financeiros para identificar responsáveis por organizações de fake news, destacando a complexidade e a necessidade de abordagem financeira no combate à desinformação.


Desinformação em Foco
O juiz do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) e professor da Universidade Mackenzie, Diogo Rais, defendeu a importância de rastrear os recursos financeiros para identificar os responsáveis por organizações que propagam fake news. Durante uma palestra em João Pessoa, promovida pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), Rais destacou que a desinformação é um negócio lucrativo, alimentado por um fluxo financeiro considerável.

“A fake news é um negócio e tem um fluxo financeiro que a envolve. Informação é poder, mas desinformação é ainda mais poder. Descobriram uma maquininha de fazer poder e essa maquininha também faz dinheiro. Eu acredito que é possível seguir o dinheiro e buscar esse grande fluxo financeiro para desmantelar as indústrias de fake news”, afirmou em entrevista à Rede Mais Rádio.

Desafios do Combate à Desinformação
Rais ressaltou que punir apenas os consumidores de desinformação é ineficaz e pode resultar na penalização de vítimas em vez dos verdadeiros culpados. Ele destacou a imensa quantidade de conteúdo gerado diariamente, com 500 horas de novos vídeos postados no YouTube a cada minuto, tornando impossível acompanhar tudo.

“Os tios e as tias do zap, às vezes, são as vítimas desse processo. É importante checar esses conteúdos, mas o grande desafio está nessa disseminação muito maior. Existe um caso onde um casal gerenciava mais de 300 mil sites. Sabe quantas vezes as tias do zap vão conseguir alcançar isso? É claro que é bom checar e ter responsabilidade no compartilhamento de conteúdos, mas o desafio da desinformação é, inclusive, financeiro”, explicou Rais.

Preconceitos e Inclusão
Além de abordar a questão financeira, Diogo Rais enfatizou a importância de evitar a criação de novos preconceitos e obstáculos à inclusão de públicos que já enfrentam dificuldades no acesso à informação.

“O desafio é garantir que a luta contra a desinformação não crie barreiras adicionais para aqueles que já têm dificuldades em acessar informações corretas. Precisamos de uma abordagem que contemple todos os aspectos dessa questão complexa”, concluiu.


Texto adaptado de MaisPB.

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