Pietro Harley foi condenado a mais de oito anos de prisão por lavagem de dinheiro e ocultação de bens no âmbito da Operação Calvário, que desarticulou um esquema criminoso no governo da Paraíba.
A Justiça da Paraíba condenou o empresário Pietro Harley a uma pena de oito anos e dois meses de prisão, além do pagamento de uma multa de R$ 250 mil, devido à sua participação no “Escândalo dos Livros”. A decisão foi proferida pelo juiz Paulo Sandro Gomes de Lacerda, da 5ª Vara Criminal de Campina Grande, nesta sexta-feira (23). O processo é resultado das investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público da Paraíba, no contexto da Operação Calvário.
Pietro Harley foi acusado de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, especificamente em relação a dois veículos de luxo, um Chevrolet Camaro e um Fiat Strada, avaliados em R$ 250 mil. Os veículos foram adquiridos por Harley, mas registrados em nome de José Vamberto de Lima Barros, numa tentativa de disfarçar a posse, configurando crime de ocultação.
De acordo com a sentença, Pietro Harley deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado na Penitenciária Regional de Campina Grande Raimundo Asfora, conhecida como Serrotão. No entanto, foi concedido ao réu o direito de apelar em liberdade, já que ele respondeu ao processo em liberdade.
José Vamberto de Lima Barros, o responsável por registrar os veículos em seu nome, foi condenado a seis anos de reclusão e 60 dias-multa, com início do cumprimento da pena em regime semiaberto, também no Serrotão. Além disso, ambos os réus foram condenados ao pagamento de R$ 250 mil ao Estado da Paraíba, valor correspondente aos bens ocultados.
Operação Calvário
A Operação Calvário, que revelou a atuação de uma organização criminosa no governo da Paraíba durante a gestão de Ricardo Coutinho, culminou na apreensão de diversos bens, incluindo carros de luxo na residência de Pietro Harley, em Cabedelo. O empresário é considerado uma figura central no “Escândalo dos Livros”, um esquema de fraudes em licitações para a aquisição de livros didáticos, que envolveu a emissão de notas fiscais fraudulentas e pagamentos autorizados de forma ilícita.
Segundo a denúncia do GAECO, todo o esquema foi organizado por determinação de Ricardo Vieira Coutinho, através de seu irmão Coriolano Coutinho, com a participação direta de Pietro Harley. A condenação de Harley e Barros representa mais um desdobramento significativo na operação que busca responsabilizar os envolvidos no escândalo de corrupção que marcou o governo paraibano.