Lula se reúne com assessores para discutir a crescente tensão entre Brasil e Venezuela após Caracas romper acordo sobre a embaixada argentina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência neste domingo (8), no Palácio do Planalto, para discutir a crescente tensão diplomática com a Venezuela. Segundo o colunista Jamil Chade, do UOL, o governo brasileiro analisou que, apesar das tentativas de mediação para resolver a crise no país vizinho, o distanciamento entre Brasil e Venezuela aumentou consideravelmente nos últimos dias.
Um dos principais fatores para essa deterioração nas relações foi a decisão unilateral de Caracas de encerrar o acordo que protegia a embaixada da Argentina. A medida foi interpretada pelo governo brasileiro como um claro sinal de afastamento entre os dois países, agravando ainda mais a crise diplomática. Após as eleições de julho, a Argentina denunciou irregularidades no processo eleitoral em Caracas, o que resultou na expulsão dos diplomatas argentinos por ordem de Nicolás Maduro.
O Brasil havia assumido a responsabilidade pela proteção da embaixada argentina, em acordo firmado com o governo de Maduro, mas o recente cerco à embaixada e a subsequente suspensão do acordo foram recebidos com surpresa e preocupação por Brasília. Além disso, o discurso de Maduro em relação ao exílio de Edmundo Gonzalez, seu principal adversário político, também foi alvo de críticas.
A diplomacia brasileira, sob o governo Lula, vinha defendendo o diálogo como caminho para resolver a crise política na Venezuela, acreditando que a prisão ou exílio de Gonzalez não representava uma solução adequada. A situação ficou ainda mais complicada pela ausência de dois importantes articuladores da política externa brasileira: Celso Amorim, em viagem a Moscou, e o chanceler Mauro Vieira, no Oriente Médio.
Na reunião de emergência com Lula, participaram assessores de alto escalão e a secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha. Eles discutiram as possíveis ações que o Brasil deve tomar para lidar com o agravamento da crise diplomática com o governo venezuelano.
Texto adaptado de UOL.