O presidente francês, Emmanuel Macron, chega ao Brasil na terça-feira (26/3) para sua primeira visita bilateral a um país da América Latina desde que assumiu o poder, em 2017. Ele será recebido pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) no início e no final da viagem.
Sua visita é simbólica para romper um período de tensão nas relações entre o Brasil e a França vivido durante o governo Bolsonaro. Durante os quatro anos de governo de Bolsonaro, ele e Macron trocaram farpas publicamente. A visita marca uma reaproximação, especialmente após Macron não ter visitado o Brasil ou a América Latina antes.
Macron terá encontros com Lula em Belém, onde será recebido, e em Brasília, no final da viagem. Os principais eixos da visita serão comércio, combate às mudanças climáticas e cooperação militar.
Lula e Macron já demonstraram convergências em temas como combate à extrema-direita, defesa do meio ambiente e necessidade de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Porém, também há divergências, como a oposição de Macron ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul e o tratamento dado pelo Brasil à guerra na Ucrânia durante reuniões do G20.
Durante a visita, espera-se assinatura de memorandos de entendimento na área militar, com destaque para o programa de desenvolvimento de submarinos. Além disso, Macron provavelmente tentará influenciar o governo brasileiro a dar mais atenção ao conflito na Ucrânia durante as reuniões do G20.
A visita será uma oportunidade para Lula e Macron discutirem essas questões e buscarem pontos de convergência, mas as divergências também deverão ficar evidentes.
Imagem: Lula e Macron durante visita do presidente brasileiro a Paris. Foto: Ricardo Stuckert