O coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, elogiou nesta 2ª feira (19.fev.2024) a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a ocupação de Israel na Faixa de Gaza. Segundo o advogado, o petista é a “única liderança mundial verdadeiramente empenhada em parar [Benjamin] Netanyahu”.
No domingo (18.fev), Lula comparou a operação militar israelense na região com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler na Alemanha nazista e voltou a dizer que os palestinos são alvo de um “genocídio”.
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Em nota enviada ao Poder360, Marco Aurélio falou na importância de analisar a declaração do chefe do Executivo na “exata dimensão em que foi proferida”. O advogado disse que as reações à fala de Lula não mostram a indignação que todos os humanistas deveriam sentir com a “matança” realizada em Gaza.
“Judeus progressistas do mundo todo têm se levantado corajosamente contra o que está ocorrendo na região e é perfeitamente possível conciliar as indignações […] Podemos condenar com a mesma força o terrorismo odioso do Hamas e a reação completamente criminosa e desproporcional do governo de extrema-direita de Netanyahu”, declarou o coordenador do Prerrogativas.
Marco Aurélio também citou o episódio em que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comparou os extremistas presos por participar dos atos do 8 de Janeiro ao Holocausto nazista. Falou em uma “indignação seletiva” por parte da sociedade pela declaração de Lula.
ENTENDA
O presidente Lula disse que o conflito na Faixa de Gaza é um genocídio comparável ao extermínio de judeus na Alemanha nazista.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou Lula a jornalistas em Adis Abeba, na capital Etiópia, no domingo (18.fev).
A comparação instaurou uma crise diplomática com Israel. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que a fala é “vergonhosa” e que Lula “cruzou uma linha vermelha”.
No Brasil, o petista foi criticado por entidades israelitas e opositores. No Congresso, deputados federais assinaram um pedido de impeachment contra o presidente. Já os governistas desqualificaram o pedido e defenderam Lula.
A fala do petista o tornou “persona non grata” em Israel. O país exige uma retratação do Brasil.