O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 79 anos, passou por uma situação de risco de vida na segunda-feira (9.dez.2024), quando foi diagnosticado com um sangramento intracraniano no lado esquerdo da cabeça. O hematoma, com aproximadamente 3 cm de extensão, já pressionava o cérebro, e caso não tivesse sido tratado a tempo, poderia ter levado o presidente a um quadro de coma ou até mesmo à morte.
Lula vinha reclamando de fortes dores há uma semana, período em que realizou uma agenda intensa, incluindo viagens ao Mato Grosso do Sul, Uruguai e São Paulo. Na segunda-feira, além das dores, ele apresentou sintomas gripais e febre, o que levou a um alerta dos assessores e colaboradores, que notaram que o presidente estava mais quieto e abatido do que o habitual.
Foi o empresário José Seripieri Filho, conhecido como “Júnior da Qualicorp”, que identificou o estado de saúde delicado de Lula e avisou ao médico pessoal do presidente, o cardiologista Roberto Kalil Filho. Seripieri, dono da Amil e amigo de longa data de Lula, esteve com o petista em uma reunião não agendada e não registrada oficialmente.
Kalil, em São Paulo, pediu à médica da Presidência, a infectologista Ana Helena Germoglio, que examinasse Lula. Após o exame, ambos os médicos decidiram que o presidente deveria ser levado ao hospital Sírio-Libanês, em Brasília. Lula chegou ao local por volta das 18h30, mas o comboio presidencial usou um procedimento para despistar a mídia, mantendo a bandeira-insígnia hasteada no Palácio do Planalto até as 20h.
Inicialmente, os médicos suspeitaram de COVID-19 devido aos sintomas apresentados, mas uma tomografia revelou um sangramento intracraniano de grande proporção. A equipe médica, incluindo neurocirurgiões, decidiu transferir Lula para São Paulo, onde havia melhores condições de tratamento. A viagem de aproximadamente 1h30 foi considerada arriscada, mas os médicos avaliaram que o cérebro de Lula, já acometido por um acidente anterior em outubro, poderia suportar a pressão.
Lula viajou no Airbus A319CJ, conhecido como Aerolula, por volta das 23h, acompanhado da primeira-dama Janja Lula da Silva, da médica Ana Helena Germoglio e de outros profissionais de saúde. No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, uma ambulância o levou diretamente ao hospital Sírio-Libanês, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência.
Na madrugada da terça-feira (10.dez), Lula foi submetido a uma trepanação craniana, um procedimento que durou cerca de 3 horas e envolveu a drenagem do sangramento. Após a cirurgia, os médicos confirmaram que não havia danos neurológicos e que o presidente se recuperava bem.
Na quinta-feira (12.dez), Lula passou por um novo procedimento, um cateterismo para interromper o fluxo de sangue em uma artéria que irriga a membrana meníngea. Até o momento, os médicos afirmam que ele está com as funções neurológicas preservadas e segue em recuperação na UTI. Caso tudo corra bem, Lula poderá ser liberado no início da próxima semana e retornar a Brasília.
O caso destaca a importância da rápida intervenção médica e do alerta de pessoas próximas, como o empresário Seripieri, para evitar um desfecho trágico.
Fonte: Texto adaptado de Poder360 e revisado pela nossa redação.