Nicolás Maduro recusa proposta de novas eleições na Venezuela, criticando comentários dos EUA e Brasil. A oposição também descarta a ideia.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou firmemente as sugestões feitas pelos Estados Unidos e pelo Brasil para a realização de novas eleições em seu país.
“Rejeito absolutamente que os Estados Unidos estejam tentando se tornar a autoridade eleitoral da Venezuela”, declarou Maduro em uma transmissão pela televisão estatal venezuelana.
O líder venezuelano também criticou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusando-o de interferir nos assuntos internos da Venezuela. “Biden deu uma opinião intervencionista sobre as questões internas da Venezuela. Meia hora depois eles a desmentiram”, afirmou Maduro.
A declaração inicial de Biden, na qual expressou apoio a uma nova eleição na Venezuela, foi posteriormente ajustada pela Casa Branca. Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional explicou que Biden se referia ao “absurdo” de Maduro e seus aliados não divulgarem os resultados completos das eleições de 28 de julho, sem, no entanto, voltar totalmente atrás no comentário do presidente americano.
As declarações de Biden ocorreram após o Brasil ter sugerido a realização de uma nova votação, cerca de duas semanas após Nicolás Maduro reivindicar sua reeleição, uma disputa que foi questionada por várias nações ocidentais. Quando questionado se apoiava uma nova eleição na Venezuela, Biden respondeu afirmativamente: “sim”.
Entretanto, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, descartou a possibilidade de uma nova eleição, apesar das tensões eleitorais ainda presentes e da sugestão do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. “A eleição já aconteceu”, disse Machado a jornalistas da Argentina e do Chile. “Maduro precisa saber que o custo de sua permanência aumenta a cada dia que passa”, acrescentou.
A autoridade eleitoral venezuelana anunciou que Maduro obteve 51% dos votos, mas não divulgou a contagem completa. Em contrapartida, cálculos da oposição, divulgados em um site público, indicam que o candidato opositor Gonzalez teria recebido 67% dos votos.