O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) emitiu uma ordem para que todos os comerciantes, tanto varejistas quanto atacadistas, retirem de suas prateleiras dez marcas de azeite de oliva extravirgem.
As marcas afetadas pela determinação são: Terra de Óbidos, Serra Morena, De Alcântara, Vincenzo, Az Azeite, Almazara, Escarpas das Oliveiras, Don Alejandro, Mezzano e Uberaba.
O Mapa orienta os consumidores a interromperem imediatamente o consumo dos produtos afetados e oferece a possibilidade de solicitar a substituição conforme o Código de Defesa do Consumidor. Além disso, os consumidores podem relatar o ocorrido ao Mapa através do canal oficial Fala.BR, informando o local e endereço onde adquiriram o produto.
Mesmo se o produto já tiver sido aberto e consumido, os consumidores podem ser ressarcidos, desde que apresentem a nota fiscal comprovando a compra do produto quando já constava na lista de produtos recolhidos. Também é possível registrar uma reclamação junto à secretaria de vigilância sanitária do município.
Essas medidas de precaução foram adotadas após a descoberta de um esquema ilícito de importação, adulteração e distribuição de azeite de oliva fraudado, identificado durante a Operação Getsêmani.
A operação ocorreu nas capitais São Paulo, Recife e Natal, além do município de Saquarema, no Rio de Janeiro, resultando na apreensão de mais de 104 mil litros de azeite de oliva adulterado, além de embalagens e rótulos.
Esta não é a primeira vez que ocorre uma apreensão de azeite adulterado este ano. No início de janeiro, 24,5 mil litros de azeite foram retirados de circulação em supermercados no centro-oeste paulista devido à baixa qualidade e falsificação de rótulos.
O Mapa destaca que o azeite é o segundo produto alimentício mais fraudado no mundo, atrás apenas do pescado. Recomenda-se aos consumidores verificar a lista de produtos irregulares já apreendidos antes de efetuar a compra, evitar comprar a granel, escolher produtos com data de envase recente, observar a data de validade e o tempo de colheita das azeitonas.
Outras dicas incluem verificar se o óleo está turvo e se há informações sobre a mistura de óleos na embalagem. Preços muito abaixo da média de mercado também devem levantar suspeitas, especialmente considerando o aumento da pressão nos preços do azeite devido à diminuição histórica na produção global.
O Brasil é o terceiro maior importador de azeite de oliva no mundo e, embora tenha uma produção local reconhecida por prêmios internacionais, esta ainda é incipiente, representando apenas 0,24% do consumo nacional.