O ministro do STF também indeferiu uma solicitação para que o magistrado alterasse o horário de recolhimento domiciliar imposto à esposa de Rivaldo Barbosa
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou o pedido feito pela defesa do delegado Rivaldo Barbosa, preso por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, para desbloquear suas contas-salários.
Moraes também indeferiu uma solicitação dos advogados de Barbosa para que o magistrado alterasse o horário de recolhimento domiciliar imposto a Érika Andrade de Almeida Araújo, esposa do investigado, apontada como responsável por gerenciar empresas que lavam dinheiro de atividades ilegais praticadas pelo marido.
Em sua decisão, registrou O Globo, o ministro do Supremo alegou que as medidas cautelares precisam ser mantidas para garantir a colheita de provas sem que haja interferência na ação penal.
“Não existe motivo, portanto, para a modificação das medidas cautelares impostas, sequer provisoriamente, pois inalterados os requisitos fáticos que motivaram a sua imposição. Não se constata a situação extraordinária a justificar a flexibilização”, escreveu Moraes.
As contas de Rivaldo Barbosa
Ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa tem duas contas-salários registradas em seu nome.
Ele recebe cerca de 32 mil reais líquidos mensais da Polícia Civil, além de 4 mil reais de uma universidade particular em que leciona.
Investigação sobre a esposa do delegado
Érika Andrade de Almeida Araújo foi alvo de busca e apreensão durante a operação que resultou na prisão de Rivaldo e é acusada de utilizar empresas para lavar o dinheiro proveniente dos supostos crimes cometidos pelo delegado. Ela também está sendo investigada por envolvimento em organização criminosa e corrupção passiva.
O envolvimento do delegado na morte de Marielle
O relatório da Polícia Federal apontou que houve um esquema de sabotagem para impedir o esclarecimento do assassinato da vereadora Marielle Franco por parte dos órgãos de investigação do Rio de Janeiro.
A PF listou uma sequência de três “coincidências” de sabotagem. São elas: a posse de Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio um dia antes do assassinato da vereadora; a nomeação de Giniton Lages para a delegacia de Homicídios do Rio (DH) no dia seguinte ao crime; e a atuação do promotor de Justiça do Rio de Janeiro Homero de Neves Freitas Filho, que, segundo os investigadores, tinha um histórico de “conduta omissiva” em relação a apurações contra integrantes da DH.
De acordo com os agentes da PF, a investigação do caso Marielle foi “talhada para ser natimorta”. Rivaldo Barbosa foi preso na mesma operação que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazao, e Lages foi alvo de mandado de busca e apreensão. Em março de 2018, recém-empossado no cargo, Barbosa indicou Lages para a delegacia encarregada de solucionar o caso.