O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) entregou um relatório à Organização das Nações Unidas (ONU) expressando sérias preocupações com o aumento da presença de grupos neonazistas no Brasil nos últimos anos. De acordo com o documento preliminar, apresentado no último sábado (6), a análise de dados de diferentes fontes revela um cenário alarmante.
Os números compilados pelo CNDH, que incluem dados da pesquisa conduzida pela antropóloga Adriana Dias, indicam um crescimento expressivo das células neonazistas no país, aumentando em 270,6% entre janeiro de 2019 e maio de 2021. Esse fenômeno é atribuído à disseminação de discursos de ódio e narrativas extremistas, que encontram terreno fértil na ausência de punição.
O relatório também destaca os resultados de outros estudos, como o levantamento realizado pela agência Fiquem Sabendo, que registrou a abertura de 159 inquéritos pela Polícia Federal por apologia ao nazismo entre janeiro de 2019 e novembro de 2020, superando o total de 143 investigações abertas nos 15 anos anteriores.
Além disso, o relatório menciona o aumento dos ataques em escolas, como o ocorrido em dezembro de 2022 em Aracruz (ES), onde um estudante vestido com símbolos nazistas causou a morte de quatro pessoas.
Diante desse panorama preocupante, o CNDH espera que o relatório contribua para as discussões na 55ª Reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, prevista para ocorrer em Genebra, Suíça. Uma comitiva do conselho estará em Santa Catarina para investigar mais a fundo o crescimento do neonazismo, especialmente em Blumenau, onde foram identificadas 63 células neonazistas.
Essas ações visam fornecer evidências adicionais sobre a propagação da ideologia nazista no Brasil e contribuir para a elaboração de medidas eficazes de combate a essa ameaça aos direitos humanos.
Fonte: Agência Brasil