A investigação analisou 115 produtos Mucilon vendidos nos principais mercados da Nestlé nessas regiões, constatando que 94% deles continham adição de açúcar. No Brasil, segundo maior mercado desses produtos, três quartos dos cereais infantis da marca têm adição de açúcar, desviando das diretrizes do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos do Ministério da Saúde.
Em contraste, o Ninho destinado a crianças de um a três anos no Brasil não contém açúcar adicionado, enquanto em países como o Panamá e a Nicarágua, o mesmo produto possui quantidades significativas de açúcar.
A Nestlé respondeu às acusações afirmando que segue as regulamentações locais, como a Anvisa, e padrões internacionais, como os da OMS, em seus produtos infantis. A empresa destacou seus esforços para reduzir a quantidade de açúcar adicionado em seus cereais infantis em todo o mundo, garantindo a qualidade, segurança e sabor dos produtos.
No entanto, a prática levanta questões éticas e de saúde pública, como apontado por Nigel Rollins, cientista da OMS, que criticou o duplo padrão adotado pela empresa. Ele alertou para o risco de acostumar as crianças desde cedo com altos níveis de açúcar, o que pode impactar negativamente suas preferências alimentares no futuro.
Diante dessas preocupações, a sociedade civil e órgãos reguladores devem acompanhar de perto as práticas das empresas alimentícias e garantir que os interesses das crianças e da saúde pública sejam priorizados.
Fonte: Artigo adaptado de CNN Brasil