Elon Musk emerge como figura influente na equipe de transição de Trump, moldando o governo e trazendo Silicon Valley para Mar-a-Lago.
Elon Musk, o homem mais rico do mundo, assumiu um papel significativo no processo de transição do presidente eleito Donald Trump, tornando-se uma presença constante em Mar-a-Lago e participando de diversas entrevistas e reuniões. Musk, que até recentemente não tinha um relacionamento expressivo com Trump, tornou-se uma figura de enorme influência não oficial no futuro governo, envolvendo-se em decisões de equipe e propondo reformulações para a administração.
Na última terça-feira, Trump anunciou que Musk liderará o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, destinado a reduzir a burocracia. No entanto, o papel de Musk vai muito além desse título, participando de quase todos os encontros importantes e aproximando-se da família Trump. Em um jantar recente em Mar-a-Lago, sua entrada foi celebrada com aplausos por parte dos presentes, semelhante à recepção dada ao próprio presidente eleito.
Musk, frequentemente acompanhado de seu filho X, tem passado grande parte de sua semana em Mar-a-Lago, não apenas em entrevistas, mas também em jantares e reuniões com Trump. Sua presença em encontros de segurança nacional e conversas com líderes internacionais, como Recep Tayyip Erdogan e Volodymyr Zelensky, além de seu apoio em diversas nomeações, mostra uma influência considerável. Ele expressou, por exemplo, apoio à decisão de Trump de não oferecer cargos a figuras como Mike Pompeo e Nikki Haley, e já manifestou preferência por Brendan Carr para a presidência da Comissão Federal de Comunicações.
Para a equipe de transição de Trump, Musk não sugere novos nomes, mas oferece feedback sobre aqueles já em consideração. Em um nível mais pessoal, Trump demonstra grande admiração por Musk, a quem acolheu como um membro quase oficial da família. Uma foto postada por Tiffany Trump mostra Musk ao lado dos Trump em um jantar, com Trump pedindo: “Elon, entre na foto com seu filho”.
Musk também está levando para o governo Trump figuras de sua rede no setor de tecnologia, como Gen. Terrence J. O’Shaughnessy e Tim Hughes, ambos executivos da SpaceX, e investidores como Marc Andreessen e Palmer Luckey, cofundador da Anduril, uma startup de tecnologia militar. Além disso, David Sacks, amigo de longa data e ex-colega de Musk na PayPal, tem atuado como um conselheiro próximo e figura de influência direta, incluindo seu apoio para a nomeação de Robert F. Kennedy Jr. a um cargo no governo.
Outro bilionário influente no círculo de Trump, Peter Thiel, também tem uma participação indireta. Thiel, que desempenhou um papel formal na transição de Trump em 2016, continua próximo de figuras como Blake Masters, ex-candidato ao Senado pelo Arizona, e Jim O’Neill, que manifestaram interesse em posições estratégicas no governo.
A influência de Musk e Thiel aponta para uma reaproximação entre o governo Trump e o Vale do Silício, embora o vice-presidente eleito, JD Vance, tenha uma posição ambivalente, apoiando figuras como Lina Khan, presidente da Comissão Federal de Comércio, vista com desconfiança por Musk. Para a equipe de Trump, a presença de Musk representa a abertura de uma porta para a inovação e o empreendedorismo no setor público, com a promessa de uma “revolução de governo enxuto” sob a liderança de executivos dedicados a uma agenda de pequeno governo.
Texto traduzido e adaptado de “The New York Times” e revisado pela nossa redação.