A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, nesta sexta-feira (16), uma resolução sobre a Venezuela, apresentada pelos EUA e apoiada pelo Brasil. O texto, que não menciona novas eleições, reforça a importância da divulgação das atas por seção eleitoral e a preservação dos equipamentos e registros eleitorais. A resolução também solicita que as autoridades venezuelanas protejam as representações diplomáticas e as pessoas que buscam asilo, questão de interesse particular para o Brasil, que cuida de seis opositores abrigados na embaixada da Argentina.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) alcançou um consenso em torno de uma nova resolução sobre a situação na Venezuela, uma decisão articulada pelos Estados Unidos e endossada pelo Brasil, aprovada nesta sexta-feira (16). A resolução emergiu em um contexto de intensa discussão sobre o papel da comunidade internacional em relação ao governo venezuelano.
Um dos principais pontos da nova proposta é a exigência pela transparência no processo eleitoral na Venezuela, especificamente solicitando a divulgação das atas por seção eleitoral. Este aspecto foi fortemente defendido pelos Estados Unidos e outros países que buscam garantir maior legitimidade e confiabilidade nas eleições venezuelanas.
Por outro lado, a proposta abriu mão da verificação externa do processo eleitoral, uma mudança significativa em relação a propostas anteriores que tinham como objetivo maior intervenção internacional para garantir a integridade das eleições.
Outro aspecto importante abordado pela resolução é a preservação dos equipamentos e registros eleitorais impressos, um mecanismo essencial para assegurar que qualquer auditoria futura possa ser realizada de forma precisa e transparente.
A resolução também enfatiza a necessidade de proteção das representações diplomáticas e das pessoas que buscam asilo nessas instalações. Este ponto é de particular interesse para o Brasil, que está diretamente envolvido na segurança de seis opositores do regime de Nicolás Maduro, atualmente abrigados na embaixada da Argentina em Caracas.
Diferentemente de propostas anteriores, a resolução aprovada não menciona a convocação de novas eleições na Venezuela, um tema defendido pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente colombiano Gustavo Petro. A ausência desta demanda reflete uma estratégia diplomática mais cautelosa e menos intervencionista, que busca um consenso mais amplo dentro da OEA.
O novo texto foi elaborado com a intenção de manter a unidade entre os membros da OEA, sendo compatível com o comunicado conjunto emitido em agosto por Brasil, Colômbia e México. Em julho, uma proposta anterior foi rejeitada justamente devido à discordância sobre a necessidade de verificação internacional da votação, uma posição que acabou sendo ajustada para facilitar o consenso alcançado nesta última sessão.
A decisão da OEA reflete um momento de ajustes nas estratégias diplomáticas dos países americanos em relação à Venezuela, demonstrando uma tentativa de balancear o apoio à transparência eleitoral com o respeito à soberania nacional.