A boxeadora italiana Angela Carini pediu desculpas à argelina Imane Khelif após a polêmica ocorrida na primeira rodada do boxe feminino nas Olimpíadas de Paris. Carini, que se recusou a cumprimentar Khelif após a luta, expressou seu arrependimento e tristeza pela situação.
Contexto da Polêmica
Imane Khelif venceu a luta na categoria até 66kg, mas Angela Carini não a cumprimentou devido a uma controvérsia anterior. Khelif foi reprovada em um teste de gênero em um torneio na Índia, realizado pela Federação Internacional de Boxe (IBA). No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu sua participação nas Olimpíadas, afirmando que ela cumpre os critérios de elegibilidade.
Declarações de Angela Carini
Carini declarou ao jornal italiano Gazzetta dello Sport que estava arrependida de não ter cumprimentado Khelif e reconheceu que a decisão de abandonar a luta visava proteger sua integridade física. Ela lamentou que sua reação tenha sido impulsiva e pediu desculpas à oponente e a todos os envolvidos. “Toda essa controvérsia me deixa triste. Eu também sinto muito pela minha oponente. Se o COI diz que ela pode lutar, eu respeito a decisão”, disse Carini.
Repercussão nas Redes Sociais e Resposta do COI
A presença de Khelif na categoria feminina gerou questionamentos nas redes sociais. O porta-voz do COI, Mark Adams, afirmou que Khelif “nasceu mulher, foi registrada como mulher, viveu sua vida como mulher e lutou boxe como mulher”, esclarecendo que não se trata de um caso transgênero.
Histórico de Imane Khelif
Imane Khelif já havia sido desclassificada pela IBA em 2023 após reprovar em um “teste de gênero” no Campeonato Mundial Feminino. A IBA não divulgou detalhes específicos sobre a violação, preservando a privacidade da atleta. Em nota, a IBA mencionou que as atletas não foram submetidas a exames de testosterona, mas a um “teste separado e reconhecido”. O COI considerou a decisão da IBA como “repentina e arbitrária”.
Situação Atual da IBA
A IBA foi banida dos Jogos Olímpicos em 2023 devido a problemas de integridade e transparência na governança, além de acusações de manipulação de resultados e corrupção. Desde 2019, a organização já estava suspensa e não pôde organizar os torneios dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021.
Conclusão
A controvérsia envolvendo Angela Carini e Imane Khelif destaca os desafios enfrentados por atletas e organizações esportivas em questões de gênero e elegibilidade. A postura do COI de apoiar Khelif sublinha a importância de critérios claros e justos para todos os participantes dos Jogos Olímpicos.