A Polícia Federal desvenda uma intricada teia de corrupção e influência criminosa que permeia os órgãos públicos da cidade de João Pessoa. Segundo informações da PF, um membro proeminente da facção ‘Nova Okaida’ orquestrou a nomeação de indivíduos em cargos públicos em troca de apoio para o acesso de agentes municipais em áreas controladas ou influenciadas pelo crime organizado.
As descobertas que desencadearam a Operação Mandare surgiram a partir da quebra do sigilo telefônico e telemático de um integrante da organização criminosa, detido na Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, conhecida como PB1. O conteúdo encontrado em seu celular revelou evidências de tráfico interestadual de drogas, lavagem de dinheiro e atividades relacionadas à organização criminosa.
A operação resultou na execução de 11 mandados de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo celas do presídio PB1, secretarias municipais de Saúde e Direitos Humanos e Cidadania, além da Emlur. Sete mandados de prisão preventiva foram emitidos, e contas bancárias foram bloqueadas como parte das medidas adotadas pela PF.
Entre os alvos identificados está Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena e secretária executiva de Saúde de João Pessoa. A PF cumpriu mandados de busca em seu gabinete na Secretaria Municipal de Saúde e em sua residência, em Cabedelo. Outro alvo foi Aline da Silva dos Santos, ex-servidora da Emlur, que já não trabalha no órgão e está sujeita a um processo administrativo.
Em resposta à operação, a prefeitura de João Pessoa declarou total disposição para colaborar com as investigações e condenou veementemente qualquer atividade ilícita. O prefeito Cícero Lucena, em entrevista à TV Cabo Branco, afirmou seu apoio à ação da PF e determinou a abertura de procedimento administrativo para apurar a conduta dos servidores mencionados na investigação.