Orkut Büyükkökten, criador do Orkut, anuncia nova rede social com funções clássicas e foco em conexões reais, combatendo o ambiente tóxico das redes atuais.
Orkut Büyükkökten, o engenheiro turco de software conhecido por criar a icônica rede social Orkut, revelou planos para lançar uma nova plataforma digital. Com 49 anos, Büyükkökten compartilhou sua visão de um espaço virtual que priorize conexões genuínas, em meio a crescentes preocupações com desinformação e discurso de ódio nas redes sociais contemporâneas.
A nova rede, segundo o criador, resgatará características marcantes do Orkut original, como as comunidades e os depoimentos em perfis, que foram essenciais para o sucesso da plataforma no passado. Ele enfatiza que o objetivo é criar um ambiente que valorize o bem-estar dos usuários, assegurando a proteção de dados e combatendo a manipulação presente em muitas redes atuais.
“Precisamos de ferramentas online que nos sirvam, não que nos dividam”, afirmou Büyükkökten, destacando a urgência de redes que promovam interações seguras e positivas. A plataforma será um espaço onde a autenticidade e as interações reais serão valorizadas, em contraste com as redes sociais atuais, que muitas vezes são impulsionadas por algoritmos focados no lucro.
Ainda em desenvolvimento e sem data oficial de lançamento, a nova rede social já permite que os interessados se inscrevam no site oficial para receber atualizações. A volta de Büyükkökten ao universo das redes sociais gerou grande interesse, especialmente entre aqueles que ainda guardam boas memórias da era dourada do Orkut.
O relançamento ocorre em um momento de crescente preocupação com os impactos das redes sociais sobre a saúde mental e o comportamento dos usuários. A iniciativa de Büyükkökten visa oferecer uma alternativa mais saudável e significativa a esse cenário digital.
Lançado em 2004, o Orkut marcou a história da internet no Brasil, sendo a primeira rede social a se popularizar massivamente no país. Com mais de 30 milhões de usuários ativos, a plataforma conquistou mais de 50% de sua base total no Brasil. O sucesso era evidente, com brasileiros gastando 8,1 bilhões de minutos mensais no site, um engajamento que poucas outras redes conseguiram igualar.
A Nostalgia do Orkut
A nostalgia pelo Orkut no Brasil é profunda, refletindo o impacto cultural e social da plataforma nos anos 2000. Para muitos, foi a primeira experiência significativa com a internet, desempenhando um papel crucial na inclusão digital no país.
As comunidades eram um dos principais atrativos, reunindo pessoas com interesses comuns para discussões que iam de trivialidades a questões sérias. Comunidades icônicas, como “Eu odeio segunda-feira” e “Tinha medo da Gina do Palito”, tornaram-se símbolos dessa era, capturando o humor e as preocupações dos brasileiros.
Além disso, ferramentas como depoimentos, o “scrapbook” e a “sorte do dia” criavam um ambiente acolhedor, onde as interações pessoais eram valorizadas. Diferente das redes sociais posteriores, onde o foco se tornou a acumulação de seguidores e curtidas, o Orkut proporcionava uma experiência mais genuína e menos orientada por métricas de popularidade.
O declínio do Orkut começou em 2011, quando outras redes sociais, como Facebook e Twitter, começaram a atrair usuários com novas funcionalidades e uma base global crescente. Em 30 de setembro de 2014, o Google encerrou oficialmente o Orkut, encerrando uma era para milhões de brasileiros.
Essa combinação de fatores faz do Orkut uma experiência única e memorável, cuja nostalgia persiste até hoje. Para muitos, a ausência de dinâmicas similares nas redes sociais atuais fortalece ainda mais essa saudade, especialmente entre aqueles que vivenciaram a era de ouro da plataforma.
Mesmo anos após seu fim, o Orkut ainda é lembrado com carinho por aqueles que participaram dessa fase especial da internet brasileira. Seu legado permanece como um exemplo de como as redes sociais podem construir laços significativos e duradouros.
Jonathan Haidt e os Perigos das Redes Sociais
O psicólogo social Jonathan Haidt tem alertado sobre os riscos das redes sociais modernas, especialmente em relação à saúde mental dos jovens. Haidt argumenta que as plataformas atuais são um fator importante na crise de saúde mental, exacerbando casos de depressão e ansiedade entre adolescentes.
Em seu livro “A Geração Ansiosa”, Haidt explora como a hiperconectividade e o uso excessivo de telas estão prejudicando o desenvolvimento saudável das crianças, defendendo a necessidade de medidas mais rigorosas para mitigar esses efeitos.
A comparação entre a experiência proporcionada pelo Orkut e as redes sociais atuais destaca a importância de refletir sobre como essas plataformas influenciam as interações e o bem-estar dos usuários, especialmente os mais jovens.