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O número crescente de refugiados no Brasil aumentou significativamente em 2023, revelando tendências migratórias importantes e desafios emergentes. Dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), sob administração do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostram que o total de refugiados no país subiu 117% em comparação com 2022. Em números absolutos, foram reconhecidas 77.193 novas pessoas como refugiadas no último ano, elevando o total para 143.033, contra 65.840 em 2022.
Os principais grupos de solicitantes de refúgio continuam a ser os venezuelanos, que representam 50% dos pedidos, seguidos por cubanos (19%) e angolanos (6%). As motivações predominantes para a busca de refúgio são crises econômicas e políticas nos países de origem. Destaca-se que 97,6% das solicitações de venezuelanos foram aprovadas, bem como 1,2% das de cubanos.
Além desses grupos tradicionais, houve um aumento notável nos pedidos de refúgio provenientes de países asiáticos, incluindo vietnamitas (1.142), nepaleses (966), indianos (961), bangladeshianos (340) e turcos (216), que até recentemente não figuravam entre os principais solicitantes.
Em 2023, o Brasil analisou um total de 138.359 pedidos de refúgio, sendo 58.628 registrados no próprio ano e muitos outros acumulados de anos anteriores. A taxa de aceitação foi de 55,7%, significativamente superior à do ano anterior. Em 2022, foram recebidos 50.355 pedidos, dos quais 5.795 foram aceitos, representando um aumento de 1.232,1% nas aprovações.
Embora a maioria dos pedidos continue vindo de países americanos, especialmente da Venezuela e de Cuba, devido às tensões políticas, as solicitações de refúgio por asiáticos estão crescendo. Mais da metade (58%) dos solicitantes são homens, enquanto 44,3% têm menos de 18 anos. A diferença de gênero nas solicitações tem diminuído ao longo dos anos, com um aumento significativo nas solicitações feitas por mulheres. Por exemplo, em 2018, apenas 7,7% das solicitações eram feitas por mulheres, comparado aos 46,3% em 2023.
Em termos de faixa etária, a maioria dos solicitantes venezuelanos tem menos de 15 anos, totalizando 10.469 pedidos nesta faixa etária, o que representa 75% do total de solicitações.
Geograficamente, 72% das solicitações foram feitas na região Norte do Brasil, seguidas pela região Sudeste (8,9%), Sul (6,4%), Centro-Oeste (1,7%) e Nordeste (1%). Os estados com maior número de pedidos foram Roraima (71.198), Amazonas (19.663) e Acre (6.565). Esses estados concentram a maior parte dos pedidos de refugiados, com venezuelanos (93.243), haitianos (2.809) e cubanos (539) representando 69,8% do total de solicitações analisadas em 2023.
Em São Paulo, que recebeu 7,5% do total de solicitações analisadas, as principais origens dos refugiados são Venezuela, Angola, Afeganistão, China e Bangladesh. Isso indica uma diversidade de origens diferente da observada na região Norte, onde a maioria dos refugiados é venezuelana.
O aumento no número de refugiados reflete tanto as crises políticas e econômicas em vários países quanto a posição do Brasil como um destino importante para aqueles que buscam refúgio na América Latina.
Texto adaptado de The Guardian