Influenciada por personalidades digitais, uma paraibana relata prejuízo de R$ 30 mil apostando em um jogo de cassino online, destacando os riscos e ilegalidades envolvidas.
Uma mulher da Paraíba, que preferiu manter o anonimato, sofreu um prejuízo de R$ 30 mil ao apostar no jogo de cassino online conhecido como “jogo do tigrinho”. Segundo a vítima, ela foi influenciada por conteúdos de personalidades digitais que fazem propaganda da plataforma. O jogo, cujo nome oficial é Fortune Tiger, é amplamente promovido por influenciadores, embora a divulgação seja proibida por uma lei paraibana sancionada em janeiro.
A vítima contou que, atraída pelas promessas de grandes ganhos, começou a apostar e rapidamente se viu presa em um ciclo de perdas. “O que me mantinha jogando era tentar recuperar o que eu perdi. Aí comecei a me aprofundar, porque eu tinha que recuperar o que perdi e elas lá postando, eu entrava no link”, relatou. Ela sentiu-se enganada pelas postagens que mostravam altos ganhos, acreditando que poderia recuperar suas perdas.
A Lei Paraibana proíbe a promoção de cassinos online por influenciadores nas redes sociais ou sites, e aqueles que descumprirem podem ser multados. No Brasil, o jogo ganhou popularidade através de campanhas intensas de influenciadores digitais e jogadores, que compartilhavam supostas táticas de sucesso. No entanto, suspeita-se que muitos vídeos mostrando grandes prêmios são falsificados para atrair novos jogadores.
A advogada Fernanda Carvalho, especialista em crimes digitais, alerta sobre os perigos desses jogos. “É um tipo de golpe. A gente recomenda que vocês não utilizem esses jogos. Caso você comece a se viciar, procure um psicólogo, procure alguém que possa lhe afastar pra que lá na frente você não tenha um prejuízo psicológico, você não sofra um prejuízo no seu trabalho”, aconselhou.
A advogada também explicou que há maneiras legais de tentar recuperar o dinheiro perdido. “Junte todos os comprovantes de pagamento, os prejuízos econômicos, as vezes que você reportou na plataforma os defeitos, os vícios, e munido de todas as provas possa buscar o poder judiciário, a delegacia de polícia para que possam tentar reaver todos os prejuízos financeiros e morais que aquele praticante sofreu de prejuízo”, orientou Fernanda Carvalho.
A vítima agora alerta outras pessoas sobre os perigos dos jogos de azar e as consequências financeiras e pessoais que podem acarretar. “A pior coisa que eu fiz da minha vida foi entrar nesses jogos. Para elas que divulgavam, elas ganhavam, porque ganhavam para a gente pagar e perder, mas para a gente que perde, não tem como recuperar”, finalizou.
Texto adaptado de g1 Paraíba