A Procuradoria-Geral da República (PGR), sob a liderança de Paulo Gonet, denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto no contexto da investigação sobre a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça. Zambelli foi acusada como a mandante do crime. A denúncia inclui a prática de 10 crimes, envolvendo invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Segundo a investigação da Polícia Federal, a invasão do site do CNJ ocorreu em novembro de 2022. Em janeiro de 2023, Delgatti inseriu documentos falsos no sistema do órgão, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinado pelo próprio magistrado. Delgatti afirmou à PF que Zambelli redigiu o falso mandado, o que foi negado por ela. Além disso, foram inseridas no sistema falsas informações sobre uma quebra de sigilo das contas bancárias do ministro.
Delgatti está detido desde agosto por conta da investigação do hackeamento do CNJ. Durante seu depoimento à PF, ele admitiu o crime e mencionou a participação da deputada federal. Embora a PF não tenha encontrado trocas de mensagens entre Zambelli e Delgatti, foram encontrados em dispositivos pessoais dela quatro documentos falsos inseridos no sistema do CNJ pelo hacker.
A divulgação na imprensa desses documentos alertou o CNJ sobre o hackeamento e motivou a investigação da PF. A polícia acredita que Zambelli, após instigar o hacker a invadir o CNJ, divulgou os documentos com o objetivo de questionar a credibilidade do Judiciário. O episódio ocorreu próximo aos atos golpistas de 8 de janeiro, quando militantes extremistas protestavam em frente aos quartéis do Exército.
Fonte: g1 Política, adaptação