Recentes apagões em São Paulo, provocados por tempestades, levantam questões sobre a vulnerabilidade da rede elétrica da cidade e a necessidade de enterramento dos cabos. Apesar de promessas de governo, apenas 40 km de cabos foram enterrados, evidenciando barreiras financeiras e logísticas para implementar essa solução.
No dia 11 de outubro de 2024, ventos fortes e chuvas intensas em São Paulo resultaram no apagão que afetou 2,1 milhões de pessoas. Este incidente é um dos muitos que destacam a fragilidade da infraestrutura elétrica da cidade, onde a fiação subterrânea ainda é uma minoria. Com apenas 40 km de fios enterrados, a cidade planeja aumentar esse número, mas os custos e desafios logísticos dificultam a implementação.
A instalação de fiação subterrânea é considerada uma solução eficaz para evitar interrupções de energia, especialmente durante eventos climáticos severos, que causam quedas de árvores e curtos-circuitos. Cidades como Londres, Paris e Nova York já avançaram significativamente nessa área, com projetos históricos que visam tornar suas redes elétricas mais seguras e esteticamente agradáveis.
Desafios e Custos: Os custos de enterramento são de cinco a dez vezes superiores à instalação aérea, além de demandar um longo período de obras, que podem paralisar o tráfego urbano. A manutenção também se torna mais complexa e cara, exigindo um número maior de profissionais e ferramentas especializadas.
Responsabilidade e Políticas Públicas: A responsabilidade pela modernização da rede elétrica no Brasil é difusa, envolvendo tanto o governo federal quanto as concessionárias de energia. A falta de coordenação entre essas partes e a necessidade de um planejamento claro sobre como e quando realizar as mudanças dificultam o avanço de projetos de enterramento. Além disso, os custos frequentemente recaem sobre o consumidor, o que pode ser um obstáculo significativo para a implementação de melhorias.
Embora especialistas concordem que o investimento em redes subterrâneas vale a pena a longo prazo, a complexidade do território brasileiro e as diferenças nas cidades em termos de estrutura e recursos tornam a solução mais difícil de ser aplicada de maneira eficaz e abrangente.
Adaptação resumida do artigo da BBC Brasil.