Tércio Arnaud Chaves, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, é acusado de integrar estrutura golpista com divisões específicas de atuação.
Tércio Arnaud Chaves, natural de Campina Grande, Paraíba, e ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL), foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado nos últimos meses do governo Bolsonaro. Conhecido como um dos principais nomes do chamado “gabinete do ódio”, Tércio ganhou notoriedade por administrar a página “Bolsonaro Opressor” no Facebook, que promovia ataques a adversários políticos por meio de memes e elogios a Bolsonaro.
Sem experiência prévia em política, Tércio, formado em Biomedicina, foi recepcionista de hotel antes de ser nomeado assessor especial da Presidência após a vitória de Bolsonaro em 2018, recebendo um salário de quase R$ 14 mil.
Estrutura Golpista
De acordo com a PF, os suspeitos formaram núcleos especializados para executar ações golpistas, permitindo a individualização de responsabilidades. Os grupos identificados incluem:
Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
Núcleo para Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado
Núcleo Jurídico
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
Núcleo de Inteligência Paralela
Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Indiciados no Inquérito
A lista de investigados inclui figuras de destaque, como Jair Bolsonaro, ex-ministros, militares, advogados e ex-assessores. Entre os indiciados estão:
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022
Filipe Martins, ex-assessor da Presidência
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
Tércio Arnaud Chaves, ex-assessor e peça-chave do “gabinete do ódio”
Entre outros envolvidos em funções operacionais, jurídicas e de inteligência.
A investigação também revelou planos de espionagem e ações voltadas à incitação de militares contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, além de documentos considerados golpistas, como a “Carta ao Comandante do Exército”.