Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro e campinense, é indiciado pela PF por tentativa de golpe de Estado
A Polícia Federal indiciou Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro e figura central do chamado “gabinete do ódio”, por suposta participação em um esquema para invalidar as eleições de 2022 e promover uma intervenção militar. Campinense de origem, Tércio é apontado como um dos articuladores da disseminação de desinformação e ataques contra adversários políticos do ex-presidente.
Trajetória e ligação com Bolsonaro
Formado em Biomedicina e oriundo de Campina Grande, Tércio ganhou notoriedade ao criar, em 2013, a página “Bolsonaro Opressor” no Facebook, que viralizou com memes exaltando Jair Bolsonaro e atacando opositores. O sucesso da página chamou a atenção de Carlos Bolsonaro, que o integrou ao gabinete do então vereador no Rio de Janeiro.
Com a eleição de Bolsonaro em 2018, Tércio foi nomeado assessor especial da Presidência, recebendo um salário de quase R$ 14 mil. Em 2022, deixou o cargo para disputar as eleições como suplente de senador pela Paraíba, mas não foi eleito. Após a derrota, retornou ao posto de assessor no governo.
Histórico de polêmicas e investigações
Tércio esteve envolvido em diversas controvérsias. Em 2020, foi identificado pelo Laboratório Forense Digital (DFRLab) como administrador de contas falsas removidas pelo Facebook, usadas para espalhar desinformação e ataques coordenados contra adversários de Bolsonaro.
Durante a CPI da Covid-19, foi investigado por disseminar fake news relacionadas à vacinação, incluindo mensagens que questionavam a segurança dos imunizantes.
Na investigação mais recente, a PF concluiu que Tércio desempenhou um papel ativo na tentativa de invalidar o resultado das eleições presidenciais de 2022. Segundo o inquérito, ele fazia parte de um núcleo que divulgava alegações falsas de fraude eleitoral com o objetivo de fomentar um ambiente favorável à intervenção militar.
O indiciamento
Com o avanço das investigações, Tércio Arnaud foi indiciado pela PF, que aponta sua ligação com a organização digital responsável pela tentativa de golpe. Ele é acusado de integrar uma rede de desinformação estruturada como uma “milícia digital”, utilizada para enfraquecer a democracia brasileira.
O caso evidencia a influência de Tércio nas estratégias digitais do governo Bolsonaro e sua ligação com um dos episódios mais graves da história política recente do país.