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Rio Grande do Sul: Ecólogo que Fez Alerta Fala sobre Desafios e Perspectivas para o Futuro

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O ecólogo Marcelo Dutra da Silva, doutor em ciências e professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), fez um alerta em junho de 2022 durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Pelotas (RS), apontando para as possíveis consequências das mudanças climáticas. Na ocasião, ele destacou a importância de uma preparação efetiva para lidar com chuvas extremas e inundações, enfatizando a necessidade de revisão dos planos diretores das cidades atingidas.

Diante das recentes cheias que já deixaram pelo menos 90 mortos no Rio Grande do Sul, o pesquisador ressalta a urgência de uma mudança radical na resposta do poder público. Ele defende que a reconstrução das cidades não pode simplesmente replicar as estruturas anteriores, mas sim adotar uma nova lógica que considere as áreas de risco e promova a resiliência frente a eventos climáticos extremos.

Dutra da Silva sugere que tanto o governo estadual quanto o federal incentivem as prefeituras a revisarem seus planos diretores como requisito para acessar recursos para reconstrução. Ele destaca a necessidade de planejamento ambiental para afastar as pessoas das áreas mais vulneráveis e adaptar as cidades às novas condições climáticas.

Além disso, o pesquisador enfatiza a importância de investir em estruturas mais preparadas para eventos climáticos, como pontes e estradas mais elevadas e robustas. Ele ressalta que tecnologias de alerta são úteis, mas insuficientes sem mudanças mais significativas na infraestrutura urbana.

Dutra da Silva também destaca a importância de formas menos centralizadas de construção urbana, permitindo que a água flua mais livremente. Ele propõe a recuperação da vegetação natural em áreas de preservação permanente e de produção, além do armazenamento de água durante períodos de chuva para enfrentar períodos de seca.

Convencer a população da gravidade das mudanças climáticas e da necessidade de adaptação é fundamental para evitar futuras tragédias. O pesquisador ressalta que não se trata de um momento passageiro, mas de uma nova realidade que exige preparo e resiliência a longo prazo.

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