Alerta é do Cemaden, que listou 5 áreas do estado em risco, incluindo a região metropolitana da capital Porto Alegre. Defesa Civil do estado alerta para elevações significativas de rios nos Vales do Taquari e Caí; previsão dos próximos dias é de menos chuvas, mas frio intenso.
Após o fim de semana de chuvas no Rio Grande do Sul, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) emitiu novo alerta de riscos hidrológicos e geológicos muito altos no estado para esta segunda-feira (13).
Os alertas se referem as possíveis consequências das fortes chuvas que caíram dos últimos dias, sejam elas de riscos hidrológicos – como inundações e alagamentos – ou geológicos, como deslizamentos de terra e desabamentos.
Segundo o órgão, as regiões que possivelmente serão afetadas são: Centro-Oriental, Nordeste, Sudeste Rio-Grandense e Metropolitana de Porto Alegre.
Nessas regiões, estão localizadas as bacias do lago Guaíba, que pode ultrapassar os 5,5 metros, e do rio Rio Camaquã, que se interliga à Lagoa dos Patos – esta em 2,84 metros neste domingo, bem acima da cota de transbordo em Pelotas, de 1,56 metro.
Com sete novas mortes confirmadas, o Rio Grande do Sul chegou ao número de 143 mortos em razão dos temporais e cheias que atingem o estado desde o final de abril. No boletim da Defesa Civil divulgado à noite, o estado contabilizava 125 desaparecidos e 806 feridos.
O estado ainda registra 618 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 81,2 mil pessoas em abrigos e 538,7 mil pessoas desalojadas (na casa de parentes ou amigos). A previsão para os próximos dias é de menos chuva, mas temperaturas mais baixas, e há risco de geada na fronteira com o Uruguai (veja mais abaixo).
Alertas para bacias do Caí e Taquari
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu, durante a tarde deste domingo (12), alertas para elevações significativas nas bacias dos rios Caí e Taquari – este ultrapassou os 24 metros na cidade de Lajeado, onde a conta de inundação é de 19 metros.
A Defesa Civil pediu que moradores em todos os municípios situados no percurso do Taquari, Caí e Antas procurem as autoridades locais para buscar informações sobre abrigos públicos, onde permanecer em segurança e rotas de fuga.
Também pediu que os moradores dessas regiões não retornem aos locais que foram inundados nos últimos dias e mantenham atenção para riscos de deslizamentos em áreas com encostas ou declives acentuados.
Guaíba pode bater novo recorde
Na capital Porto Alegre, a atenção é para a elevação do lago Guaíba, que pode atingir os 5,5 metros entre segunda (13) e terça-feira (14), conforme uma projeção feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), superando a marca histórica registrada no último dia 5 (de 5,3 metros).
Na noite de sábado (11), após um dia de chuvas intensas, o nível do lago voltou a subir. Às 14h45 deste domingo, registrou a marca de 4,65 metros, de acordo com o Centro Integrado de Coordenação de Serviços (CEIC).
Segundo a UFGRS, a principal preocupação é a nova elevação de níveis em função das chuvas e do efeito do vento. Todos os cenários previstos para a próxima semana apontam para uma cheia duradoura do Guaíba, e repique com nova elevação dos níveis para acima dos 5 metros.
Conforme o Cemaden, o Guaíba recebe toda água que se desloca pelas bacias dos Rios Jacuí, Taquari-Antas, Caí, Sinos e Gravataí, que estão acima da cota de inundação.
Durante a última semana, após atingir o pico do dia 5, o lago Guaíba apresentou recessão lenta na quarta-feira (8) até atingir 4,56 metros no sábado (11), o menor nível desde o início da enchente, que superou o recorde da cheia histórica de 1941.
Previsão do tempo
De acordo com os meteorologistas, a chuva no Rio Grande do Sul deve continuar forte até esta segunda-feira (13), quando o estado deve ter menos chuvas, mas queda nas temperaturas, frio intenso e até geada. A expectativa é de que sejam registrados novos recordes de menores temperaturas entre a terça (14) e a quarta (15).
Com o avanço dessas novas frentes frias, o bloqueio atmosférico que atua no Brasil deve se enfraquecer.
🌀O sistema é fundamental para manter as chuvas estacionada no Sul. Localizado na região do Centro-Sul do país, ele impede que as frentes frias avancem, concentrando as instabilidades no extremo Sul do país.
Porto Alegre teve o início de maio mais chuvoso em 63 anos, desde 1961, segundo a Climatempo Meteorologia. Já caíram mais de 306 mm desde o dia 1º, o triplo do esperado.
A Defesa Civil Municipal emitiu um alerta preventivo diante da possibilidade de chuvas intensas, de até 60 milímetros por hora ou 100 milímetros por dia, além de ventos entre 60 e 100 quilômetros por hora. O alerta está vigente até a noite deste domingo (12).