Bombardeios ocorrem em meio a incursão ucraniana em território russo, e tiveram como alvos infraestruturas cruciais, como instalações de energia
A Rússia respondeu na manhã desta segunda (26) à ofensiva ucraniana em Kursk lançando o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra em 24 de fevereiro de 2022. O ataque “maciço” com mais de 200 drones e mísseis foram direcionados a 15 regiões do país, inclusive a capital Kiev.
Explosões abalaram cidades importantes, levaram milhares de pessoas a abrigos, e causaram estragos na infraestrutura energética, incluindo uma usina hidrelétrica, repetindo um enredo visto desde o início da guerra.
Em comunicado, o ministério da Defesa da Rússia assumiu ter realizado um “ataque em massa usando armamento de longo alcance e alta precisão” contra a infraestrutura energética ucraniana. O órgão declarou ter atingido todos os seus alvos. Os ataques ocorreram um dia após uma série de ofensivas na cidade oriental de Kramatorsk.
“Esta manhã, as Forças Armadas russas realizaram um ataque maciço de armas de precisão de longo alcance lançadas por via aérea e marítima e atacaram veículos aéreos não tripulados em infraestrutura crítica de energia do setor militar-industrial ucraniano. Todos os alvos designados foram destruídos”, disse a pasta em comunicado.
O governo ucraniano afirmou que a ofensiva atingiu as regiões de Kharkiv, Kiev e Odessa. Relatou ainda que ao menos cinco pessoas morreram e 11 ficaram feridas. As ações ocorrem enquanto a Ucrânia reivindica novos avanços em uma grande incursão transfronteiriça na região de Kursk, no sul da Rússia.
“Foi um dos maiores ataques combinados. Mais de cem mísseis de vários tipos e cerca de cem drones Shahed. E, como na maioria dos ataques russos anteriores, este também foi furtivo, mirando em infraestrutura civil crítica”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em rede social.
Por meio de declarações, o Kremlin vinha sinalizando que responderia de forma contundente à invasão, a primeira realizada por forças estrangeiras desde a Segunda Guerra Mundial: horas antes dos drones e mísseis atingirem os alvos, o secretário de Imprensa da Presidência, Dmitry Peskov, disse, se referindo à situação em Kursk, que “tais ações hostis não poderiam ficar sem uma resposta apropriada”, e que “definitivamente haveria uma resposta”.
Embora os aliados ocidentais de Kiev tenham fornecido grandes quantidades de equipamento militar à Ucrânia, eles impuseram condições sobre como ele pode ser utilizado. Os países proibiram o uso das armas para atacar locais de lançamento de mísseis e drones no interior da Rússia, o que significa que Kiev depende principalmente de suas defesas aéreas para conter os ataques de Moscou. Após os ataques desta segunda, autoridades ucranianas pediram novamente para que as restrições sejam retiradas.