O Salão do Automóvel de Beijing (Beijing Auto Show, oficialmente conhecido como Exibição Internacional do Automóvel de Beijing) retornou à cidade de 25 de abril a 4 de maio, após um hiato de 4 anos. Inaugurado em 1990 e em sua 17ª edição, a exposição bianual foi realizada neste ano sob o tema “Nova Era, Novos Carros”.
Cobrindo uma área de 230.000 metros quadrados e contando com mais de 2.000 expositores, os organizadores esperavam a presença de mais de 800.000 visitantes. Juntamente com o Salão do Automóvel de Shanghai (Auto Shanghai), esses eventos são considerados os mais importantes do gênero na China. Como o maior mercado automotivo do mundo em termos de produção, vendas e cada vez mais em termos de inovação tecnológica, o Beijing Auto Show é reconhecido como um dos mais proeminentes do mundo.
Neste ano, foram apresentados 117 novos modelos e 41 novos carros-conceito de importantes marcas chinesas como BYD, Cherry e Hongqi, assim como nomes internacionais como BMW, Volkswagen, e Toyota. Com tantos estandes e veículos, os visitantes precisavam planejar cuidadosamente para ver todos os principais lançamentos antes do fim do dia.
Várias tecnologias notáveis evidenciaram tendências que provavelmente moldarão os veículos do futuro. Veículos elétricos, ou veículos de nova energia (NEV, em inglês), foram amplamente expostos, indicando sua chegada como a tecnologia de propulsão dominante. Em um evento de influência global que expõe diversas inovações prospectivas, a prevalência de modelos elétricos sobre os movidos a combustíveis fósseis sugere claramente uma mudança decisiva deste último para a eletrificação.
Outra tecnologia destacada no salão que certamente não passou despercebida aos visitantes foi a conectividade, a qual também parece apontar para a direção a seguir nos veículos do futuro. Refere-se à capacidade de um veículo transmitir e receber dados sem fios, de forma semelhante aos chamados “nós” da Internet das Coisas. Os sistemas de veículos conectados estão interligados e enviam informações ao fabricante, por exemplo, sobre o motorista, a rota e o próprio veículo. Eles também podem se comunicar com outros veículos, com a infraestrutura viária e, claro, com dispositivos pessoais.
Por falar em dispositivos pessoais, a gigante eletrônica chinesa Xiaomi, tradicionalmente conhecida por smartphones, eletrodomésticos e gadgets, ingressou no setor automotivo com o lançamento do sedã esportivo SU7. Ele apresenta um sistema de “infotainment” pilotado pelo sistema operacional nativo da Xiaomi, o HyperOS, conectando mais de 1.000 dispositivos “smart home” para controle remoto do assento do motorista. O sistema operacional do carro também integra o ecossistema de tablets Xiaomi com mais de 5.000 aplicativos compatíveis. Forte integração com smartphones permite ainda a transferência e customização de aplicativos.
O Beijing Auto Show parece deixar clara em todos os aspectos a visão da China para o futuro do setor automotivo de passageiros. Alinhado com as demandas da atualidade, será um espaço dominado por veículos elétricos, mas também cheio de tecnologia digital, incluindo claro, a conectividade. Imagina-se um ecossistema no qual cidadãos se deslocam de forma sustentável com dispositivos e veículos integrados em um ambiente inteligente.
A escala e vitalidade do mercado automotivo chinês também chamam a atenção. Embora limitações de espaço ou econômicas tenham impedido algumas montadoras de participar, a produção e inovação locais são inigualáveis globalmente. O governo claramente visa desenvolver a indústria ainda mais por meio de iniciativas que destaquem veículos avançados, ecológicos e inteligentes.
Fonte: XINHUA