A instalação da Coca-Cola em Itabirito, Minas Gerais, desencadeou uma grave crise hídrica nas comunidades rurais de Suzana e Campinho. Desde 2015, quando a fábrica iniciou suas operações, as nascentes que abasteciam essas localidades secaram gradualmente, afetando diretamente a vida de mais de 800 famílias.
Um estudo realizado em 2022 confirmou a relação entre o bombeamento excessivo de água para a indústria e a redução do nível do aquífero que alimenta as nascentes da região. A Coca-Cola, por sua vez, assinou um termo de compromisso com o Ministério Público, no qual se comprometeu a investir em um novo poço e em projetos socioambientais. No entanto, essa medida não resolve o problema da escassez de água, já que o bombeamento contínuo continua a afetar o ecossistema local.
A comunidade local denuncia a falta de água para atividades básicas como agricultura, pecuária e consumo doméstico. A rica biodiversidade da região, antes abundante em fauna e flora, sofreu um declínio significativo devido à seca. A ausência de políticas públicas eficazes e a fragilidade do sistema de monitoramento e fiscalização permitiram que a crise se agravasse.
A questão central é a priorização do lucro corporativo em detrimento da sustentabilidade ambiental e dos direitos humanos. A Coca-Cola, como uma das maiores empresas do mundo, tem responsabilidade social e ambiental para garantir que suas operações não causem danos irreversíveis ao meio ambiente e às comunidades locais.
É fundamental que:
- As autoridades competentes investiguem a fundo as causas da crise hídrica e responsabilizem os responsáveis.
- A Coca-Cola seja obrigada a implementar medidas efetivas para restaurar as nascentes e garantir o abastecimento de água para as comunidades afetadas.
- Sejam criadas políticas públicas que promovam a gestão sustentável dos recursos hídricos e a proteção dos ecossistemas.
- A sociedade civil organizada continue mobilizada na luta por justiça ambiental e pela garantia do direito à água para todos.
A crise hídrica em Minas Gerais é um exemplo alarmante dos desafios que enfrentamos em um mundo cada vez mais marcado pela escassez de recursos naturais. É preciso agir de forma urgente para evitar que situações como essa se repitam e para garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.