O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Corregedoria da Polícia Militar prenderam 18 policiais militares apontados como seguranças do bicheiro Rogério Andrade, suspeitos de integrar uma organização criminosa. Segundo as investigações, esses seguranças, que recebiam salários de até R$ 7,6 mil, tinham um conjunto de regras rígidas a seguir em relação ao comportamento, vestimenta e horários.
O grupo atuava não apenas como segurança pessoal de Rogério Andrade, mas também como um “exército particular”, realizando missões, rondas e abordagens, além de proteger o contraventor e sua família contra possíveis ameaças de organizações rivais e membros não corrompidos das forças de segurança pública.
Principais pontos do “código de conduta” dos seguranças:
- Grupo “Vampiros”: Dos 36 seguranças pessoais que protegiam a família Andrade, 14 faziam parte do grupo “Vampiros”, que trocava mais de 14,5 mil mensagens entre outubro de 2019 e maio de 2022. Essas mensagens revelaram detalhes da rotina do grupo e facilitaram a identificação dos policiais envolvidos.
- Vestimenta e cuidado com os carros: Os seguranças precisavam usar sapato, calça e camisa social durante o serviço. Além disso, cada um era responsável por cuidar dos carros utilizados, comunicando sobre a necessidade de manutenção e arcar com possíveis danos aos veículos.
- Vigilância constante: Os seguranças não podiam cochilar durante o serviço e precisavam estar alertas para possíveis ataques de inimigos, especialmente durante a noite.
- Comunicação e compartilhamento de informações: O grupo “Vampiros” também servia para compartilhar escalas, pedidos de troca de horário e informar sobre desdobramentos de processos que envolviam Rogério Andrade.
- Investimento em segurança: Rogério Andrade gastava mais de R$ 207 mil por mês com sua segurança pessoal, mantendo uma equipe de 36 homens. Os policiais contratados recebiam entre R$ 5,6 mil e R$ 7,6 mil, dependendo da patente na Polícia Militar.
Essas revelações lançam luz sobre a complexidade e o alcance da organização criminosa ligada ao bicheiro Rogério Andrade e destacam a importância das investigações para desmantelar estruturas ilegais desse tipo.