Para os que cresceram nos anos 1980, como eu, certamente lembram-se da icônica série “Shogun”, transmitida pelo SBT. Naquela época, com poucos canais disponíveis e sem a vasta oferta de streaming e TV a cabo, “Shogun”, estrelada por Richard Chamberlain e Toshiro Mifune, deixou sua marca e conquistou um grande público, até mesmo ganhando um Globo de Ouro na categoria de Melhor Série Dramática.
Agora, uma nova versão, intitulada “Xogun: A Gloriosa Saga do Japão”, acaba de estrear no Star Plus, da Disney, trazendo uma narrativa semelhante, porém com novos elementos. Com uma produção ainda mais refinada e uma atmosfera épica, a história se desenrola no Japão feudal, onde John Blackthorne, um marinheiro inglês de origem humilde, se vê envolvido em uma trama política complexa ao desenvolver uma relação especial com Toranaga, tutor do futuro imperador, ainda criança.
A chegada de Blackthorne acontece em meio a um cenário turbulento, onde Toranaga enfrenta ameaças de outros senhores feudais que almejam não apenas tirá-lo do poder, mas também eliminar sua vida. Nesse contexto, a presença dos jesuítas portugueses também desempenha um papel crucial, tendo estabelecido um império comercial significativo no país.
As intenções de Blackthorne despertam desconfiança, pois, apesar de se apresentar como um simples comerciante, sua experiência militar e o armamento de seu navio sugerem outras habilidades. Toranaga, por sua vez, enxerga nele uma oportunidade de resistir aos golpistas e, gradualmente, uma aliança pragmática evolui para uma amizade profunda.
Além da trama envolvente, as interpretações são o destaque de “Xogun”. Hiroyuki Sanada entrega uma performance extraordinária, enquanto Cosmo Jarvis e Anna Sawai trazem beleza e talento aos seus papéis. Em relação à série original, esta nova versão apresenta cenas de batalha e violência mais intensas e realistas, adicionando uma camada de complexidade à narrativa.
“Xogun: A Gloriosa Saga do Japão” é uma produção de qualidade, uma das melhores dos últimos anos, que certamente cativará não apenas os fãs da cultura japonesa e do livro de James Clavell, mas também aqueles que se encantaram com a série original de 1980.