A capital da Síria, Damasco, foi palco de celebrações massivas após a queda do presidente Bashar al-Assad. Milhares de pessoas tomaram as ruas e a praça principal, expressando alívio e alegria com o fim do regime que governou o país por mais de cinco décadas.
Forças rebeldes entraram na cidade com pouca resistência e declararam Damasco libertada. Moradores descreveram a sensação como indescritível. Omar Daher, advogado de 29 anos, afirmou: “Depois do medo que ele [Assad] e seu pai nos fizeram viver por muitos anos, não consigo acreditar.” Mohammed Amer Al-Oulabi, de 44 anos, celebrou a rapidez com que as forças da oposição avançaram, agradecendo aos combatentes rebeldes.
A deposição de Assad marca o fim de uma era de domínio autocrático da família, que governava a Síria desde 1970. O presidente, desaparecido desde que a oposição reivindicou a vitória, deixa um legado de guerra civil, repressão e devastação.
Entenda o conflito
A guerra civil síria teve início em 2011, durante a Primavera Árabe, quando protestos pró-democracia foram violentamente reprimidos pelo regime. O confronto escalou rapidamente com a formação do Exército Sírio Livre e a entrada de múltiplos atores regionais e internacionais, transformando o conflito em uma guerra por procuração.
Além dos rebeldes, o país enfrentou o avanço do grupo terrorista Estado Islâmico, que chegou a controlar 70% do território. A Rússia apoiou Assad, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão contra o Estado Islâmico. Após um cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu latente, mas nunca totalmente resolvido.
A guerra deixou um saldo devastador: mais de 300 mil civis mortos, milhões de deslocados e uma nação profundamente fragmentada. O futuro da Síria agora é incerto, mas o fim do regime de Assad representa um novo capítulo na história do país.