Substituir açúcar por adoçante: faz bem ou mal à saúde? Estudo questiona segurança de adoçantes e médicos esclarecem riscos e benefícios.
Um estudo publicado na revista Nature pelo Instituto de Ciências Weizmann, em Israel, trouxe novas evidências sobre o impacto dos adoçantes artificiais na saúde metabólica. A pesquisa analisou o efeito da sacarina, sucralose e aspartame em ratos, constatando que o consumo de sacarina levou à intolerância à glicose, um indicador de risco para distúrbios metabólicos. Esses efeitos parecem estar ligados a alterações na microbiota intestinal, responsável pelo equilíbrio da saúde digestiva.
Além disso, um estudo com quase 400 pessoas revelou uma associação entre o consumo de adoçantes e sinais de distúrbios metabólicos, como aumento de peso e menor eficiência na metabolização da glicose.
Adoçantes: aliados ou vilões?
Segundo o nutrólogo Matheus Azevedo, os adoçantes podem ser úteis, especialmente para pessoas com diabetes, obesidade ou resistência à insulina, ajudando no controle da glicemia e no gerenciamento de peso. No entanto, ele alerta para o uso moderado, já que o consumo excessivo pode causar:
- Alterações na microbiota intestinal, afetando bactérias benéficas.
- Desconfortos gastrointestinais, como gases e diarreia, especialmente com adoçantes naturais como xilitol e eritritol.
- Efeito rebote no apetite, aumentando o desejo por doces.
- Impactos metabólicos, influenciando a percepção do sabor doce e o funcionamento do metabolismo.
Riscos e cuidados
Embora não haja evidências robustas de risco significativo de câncer intestinal associado a adoçantes, Azevedo recomenda cautela, especialmente para pessoas com histórico familiar da doença. A orientação profissional é fundamental para definir a quantidade ideal e segura de adoçantes, considerando fatores como peso, dieta e metabolismo.
A escolha entre açúcar e adoçante deve ser personalizada, com acompanhamento de um nutrólogo ou nutricionista para garantir benefícios sem prejuízos à saúde.