A operação ‘Praia Limpa’, desencadeada pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) e Secretaria de Meio Ambiente (Semam) neste mês de maio de 2024, resultou na interdição temporária do Bar do Cuscuz, um estabelecimento que, ao longo dos anos, tem acumulado uma série de escândalos e polêmicas.
De acordo com o portal de notícias gaúcho ABC Mais, a indústria bélica Taurus teria recrutado voluntários socorristas sob o pretexto de resgatar crianças ilhadas pelas chuvas devastadoras no Rio Grande do Sul. Na realidade, o objetivo era remover uma carga de 3,5 mil fuzis e pistolas do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que era visada pelo crime organizado.
Engano e Risco: Relatos dos Voluntários
Os voluntários, que acreditavam estar a caminho de uma missão humanitária, foram informados no meio do caminho sobre o verdadeiro propósito da operação. “Nos enganaram, pois fomos chamados para resgatar crianças e acabamos virando escudo humano”, afirmou Nicolas Vedovatto, um dos socorristas, em entrevista ao ABC Mais. Outra voluntária, uma médica de 31 anos que preferiu não se identificar, relatou ter se sentido coagida ao descobrir a real natureza da missão.
A operação, que contou com a participação da Polícia Federal e do Comando de Operações Táticas (COT), utilizou civis sem experiência em uma ação de alto risco. A remoção das armas do aeroporto teve ampla cobertura da imprensa, incluindo uma matéria especial no programa Fantástico, da TV Globo.
Repercussões e Reações
Vedovatto relatou ao ABC Mais que, após a operação, se sentiu usado pela empresa de armas e tornou-se alvo de piadas. “Dias depois, nos deparamos com uma reportagem no Fantástico, onde aparecemos fazendo o transporte como se fôssemos policiais de elite. Estamos assustados e muito preocupados”, disse ele.
Posicionamento da Taurus e da Polícia Federal
Em nota, a Taurus confirmou que a mulher que recrutou os socorristas é sua funcionária, mas alegou desconhecer a identidade do homem que iniciou o contato. A empresa destacou que a operação foi coordenada pela Polícia Federal e contou com o apoio de veículos de segurança privada e viaturas da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
A Polícia Federal, por sua vez, afirmou que a responsabilidade pela equipe de remoção era da Taurus. A nota explicava que a retirada das armas foi coordenada em conjunto com a administradora do aeroporto e a empresa proprietária da carga.
Fonte: Portal ABC Mais