O Grupo FS, liderado pelo empresário Alberto Leite, revelou um ambicioso plano de investir R$ 1,8 bilhão na construção de três data centers no Brasil ao longo dos próximos três anos. A iniciativa, além de transformar a companhia, pode dobrar o faturamento do grupo, que atualmente gira em torno de R$ 1,4 bilhão.
Fases do Projeto
- Primeira fase – Ceará
A construção do primeiro data center, na retroárea da Praia do Futuro, será financiada com recursos próprios e do family office de Alberto Leite. Representando 30% do investimento total, o data center terá capacidade de 30 MW e aproveitará sua proximidade com cabos submarinos para garantir baixa latência e maior eficiência. Além disso, o Ceará oferece energia renovável a preços competitivos, uma vantagem estratégica para o setor. - Segunda fase – São Paulo
A segunda fase, prevista para começar em 2025, envolve a construção de um data center em São Paulo, também com capacidade de 30 MW. Para este estágio, o Grupo FS buscará financiamento por meio de dívida e aporte de equity. - Terceira fase – Paraná
Na última etapa, em 2026, serão investidos os 40% restantes em um data center no Paraná, com capacidade de 10 MW. Este centro terá um foco especial na mineração de bitcoins, utilizando um modelo de estrutura majoritariamente alavancada.
Mercado de Data Centers e Perspectivas
Os data centers serão direcionados ao segmento de hyperscale, que atende empresas com alta demanda por processamento rápido, como plataformas de streaming e e-commerces de grande tráfego. A infraestrutura terá contratos de 20 anos com clientes que já assinaram memorandos de entendimento.
Quando concluído, o projeto deverá gerar uma receita anual de R$ 1 bilhão, consolidando o Grupo FS como um player de infraestrutura, uma mudança significativa em relação ao foco tradicional em software e sistemas.
Potencial do Brasil no Mercado Global
Leite vê o Brasil com grande potencial para se posicionar como um dos principais provedores globais de data centers. Fatores como a matriz energética limpa, o crescente consumo de internet, e a posição geopolítica favorável do país são vantagens competitivas.
Porém, ele alerta que o governo precisa estabilizar a situação fiscal e adotar políticas que incentivem o desenvolvimento da inteligência artificial e a formação de engenheiros. “O Brasil tem todas as condições, mas precisa de apoio estratégico para aproveitar essa oportunidade”, concluiu Leite.
O investimento do Grupo FS representa não apenas um marco para a empresa, mas também um passo significativo no avanço da infraestrutura digital no país.