Da Redação | Movimento PB
Desvendando o Movimento ‘Red Pill’: Origem, Apropriação e Impacto no Brasil
O termo “Red Pill” (pílula vermelha) tem suas raízes no filme de ficção científica “Matrix” (1999), onde o protagonista, Neo, enfrenta uma escolha: tomar a pílula azul e continuar vivendo em uma ilusão confortável ou ingerir a pílula vermelha e despertar para a realidade oculta do mundo. Originalmente, essa metáfora representava a busca pela verdade e a libertação das ilusões impostas.
![](https://movimentopb.com.br/wp-content/uploads/2025/02/images2814293687324895118882366.jpg)
Com o tempo, “Red Pill” foi apropriado por comunidades online, especialmente dentro da chamada “manosfera”, para descrever uma suposta “despertar” para as “verdades” sobre as dinâmicas de gênero e a sociedade. Aqueles que se consideram “redpillados” acreditam ter descoberto uma realidade em que os homens são sistematicamente prejudicados e manipulados pelas mulheres e pelas normas sociais contemporâneas. Essa perspectiva frequentemente se traduz em atitudes misóginas e na promoção de uma masculinidade tóxica.
No Brasil, o movimento “Red Pill” ganhou destaque nos últimos anos, especialmente nas redes sociais e em plataformas de vídeo. Grupos e influenciadores brasileiros adotaram a retórica “redpill”, disseminando conteúdos que criticam o feminismo e promovem a ideia de que os homens precisam “retomar” seu papel dominante na sociedade. Um exemplo notável é o caso do “coach de masculinidade” Thiago Schutz, que ganhou notoriedade após ameaçar uma humorista, trazendo à tona debates sobre os limites da liberdade de expressão e a incitação ao ódio.
Especialistas apontam que muitos dos adeptos desse movimento são jovens que enfrentam crises de identidade e dificuldades nas relações interpessoais. Sentindo-se deslocados em uma sociedade que valoriza a igualdade de gênero, eles encontram na ideologia “Red Pill” uma forma de justificar suas frustrações e ressentimentos. No entanto, essa adesão pode levar à perpetuação de comportamentos prejudiciais e à normalização da violência contra as mulheres.
A disseminação do pensamento “Red Pill” no Brasil é preocupante, especialmente considerando o aumento de discursos de ódio e ataques misóginos nas redes sociais. Estudos indicam um crescimento significativo dessas manifestações nos últimos anos, refletindo uma tendência alarmante que necessita de atenção e intervenção.
É crucial que a sociedade brasileira reconheça e enfrente os perigos associados ao movimento “Red Pill”. Isso inclui a promoção de debates sobre masculinidade saudável, a educação sobre igualdade de gênero e a implementação de políticas que combatam a disseminação de ideologias misóginas. Somente através de uma abordagem coletiva e consciente será possível mitigar os impactos negativos desse movimento e construir uma sociedade mais justa e equitativa.
—
Redação com informações de OUL, Hapersbazaar, Metrópoles e Cidesp