O ambicioso projeto ferroviário do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, o Trem Maya, promete revolucionar o turismo e a economia no sudeste do México. Com 1.500 km de extensão, a linha férrea conecta destinos turísticos populares como Cancún e Tulum a cidades menos exploradas, reservas naturais e sítios arqueológicos da Península de Yucatán.
A linha oferece três tipos de serviços de trem, com diferentes níveis de conforto e comodidades, e os preços dos bilhetes variam de acordo com a distância e a classe. Além de impulsionar o turismo, o projeto visa gerar oportunidades econômicas para comunidades marginalizadas, facilitando o comércio e a conectividade em toda a região.
No entanto, o Trem Maya também enfrenta críticas significativas. Ativistas ambientais, arqueólogos e mergulhadores de cavernas alertam para os impactos negativos da obra sobre o frágil ecossistema de Yucatán, colocando em risco espécies ameaçadas e destruindo cenotes e rios subterrâneos.
Comunidades indígenas também foram afetadas pelo projeto, com relatos de deslocamento forçado e perda de terras ancestrais. Além disso, o custo estimado do projeto, cerca de US$ 28,5 bilhões, é três vezes maior que o orçamento original, levantando questões sobre a alocação de recursos públicos.
O debate sobre o Trem Maya reflete a complexidade dos desafios enfrentados pelo México em equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e o respeito às comunidades indígenas. O futuro dirá se os benefícios do projeto superarão seus custos e se o Trem Maya se tornará um símbolo de progresso ou um exemplo de desenvolvimento insustentável.
Texto adaptado de reportagem da BBC.